março 2015


O que é Meio Ambiente:

Meio ambiente envolve todas as coisas vivas e não-vivas que ocorrem na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. O meio ambiente pode ter diversos conceitos, que são identificados por seus componentes.

Na ecologia, o meio ambiente é o panorama animado ou inanimado onde se desenvolve a vida de um organismo. No meio ambiente existem vários fatores externos que têm uma influência no organismo. A ecologia tem como objeto de estudo as relações entre os organismos e o ambiente envolvente.

Meio ambiente é um conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema natural, e incluem toda a vegetação, animais, microorganismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer em seus limites. Meio ambiente também compreende recursos e fenômenos físicos como ar, água e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica, e magnetismo.

Para as Nações Unidas, meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas.

A preservação do meio ambiente depende muito da sensibilização dos indivíduos de uma sociedade. A cidadania deve contemplar atividades e noções que contribuem para a prosperidade do meio ambiente. Desta forma, é importante saber instruir os cidadãos de várias idades, através de formação nas escolas e em outros locais.

No Brasil existe a PNMA, que é a Política Nacional do Meio Ambiente. A PNMA define meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

Meio ambiente e sustentabilidade

A sustentabilidade ambiental e ecológica é a manutenção do meio ambiente do planeta Terra, é manter a qualidade de vida, manter o meio ambiente em harmonia com as pessoas. É cuidar para não poluir a água, separar o lixo, evitar desastres ecológicos, como queimadas, desmatamentos. O próprio conceito de sustentabilidade é para longo prazo, significa cuidar de todo o sistema, para que as gerações futuras possam aproveitar.

É importante que a sustentabilidade do meio ambiente seja cada vez uma prioridade para os políticos no poder, para que a conservação do meio ambiente possa ser alcançada.

Meio ambiente e reciclagem

A reciclagem é um processo de elevada relevância para a preservação do meio ambiente. Através da reciclagem, é possível diminuir a poluição do ar, água e solo. O grande desafio na área da reciclagem é conseguir educar os cidadãos para que compreendam que cada esforço, por mais pequeno que seja, tem um impacto positivo no meio ambiente envolvente.

Meio ambiente e sociologia

No âmbito da sociologia, o meio ambiente é o conjunto de todos os fatores materiais ou imateriais que afetam o indivíduo e que vão desde a paisagem até à mentalidade da época. Os sociólogos partidários da teoria do meio ambiente consideram o indivíduo como produto das suas relações sociais.

Estudo de brasileiros e americanos investigou cogumelos bioluminescentes.
Processo químico que gera luz natural atrai a atenção da ciência há tempos.

Eduardo CarvalhoDo G1, em São Paulo

Fungo do filo 'Basidiomycetes' e sua bioluminescência (Foto: Divulgação/Cassius Stevani)

Cientistas descobriram que fungos encontrados no Brasil e que emitem luz natural, um fenômeno chamado de bioluminescência, têm o “relógio biológico” semelhante ao dos humanos. Os organismos conseguem diferenciar o dia da noite e, a partir disso, regulam seu comportamento.

A percepção dessa característica ocorreu durante estudos com exemplares de cogumelos bioluminescentes conduzidos pelo professor Cassius Stevani, associado ao Instituto de Química, da Universidade de São Paulo (USP).

Ele percebeu que exemplares do fungo N. gardneri economizavam energia durante o dia para brilhar intensamente no período noturno.

Uma hipótese para a “motivação” seria que a "tecnologia" serviria para atrair insetos e artrópodes, como as aranhas, para auxiliarem o fungo a disseminar seus esporos.

Stevani investiga a emissão de luz por fungos desde 2002. Ele já descreveu ao menos 12 espécies diferentes de cogumelos luminescentes que podem ser encontradas em florestas da Mata Atlântica, Amazônia e até do Cerrado. Também há exemplares fora do país.

Seu objetivo é entender a produção da luminescência natural, processo químico pelo qual animais como o vagalume e a água-viva emitem luz a partir de suas células.

Proteínas da bioluminescência já foram aplicadas para desenvolver novos medicamentos e ajudam a entender o funcionamento de células vivas.

No caso da luminosidade dos fungos, além da possibilidade de ajudarem nas áreas já citadas, o entendimento deste processo pode auxiliar na criação de indicadores para pesquisas genéticas.

A investigação foi publicada na versão on-line da revista “Current Biology”, que faz parte das publicações do grupo Cell. O trabalho foi conduzido por cientistas das universidades de São Paulo (USP), Federal de São Carlos (Ufscar), além da Escola de Medicina Dartmouth, dos Estados Unidos.

Proteínas da bioluminescência já foram aplicadas para desenvolver novos medicamentos e ajudam a entender o funcionamento de células vivas (Foto: Divulgação/Cassius Stevani)


Durante o dia, fungo economiza energia (Foto: Divulgação/Cassius Stevani)

À noite, a energia acumulada é utilizada para gerar a iluminação natural (Foto: Divulgação/Cassius Stevani)

Alguns dos principais monumentos e prédios públicos do Brasil terão as luzes apagadas às 20h30 



Às 20h30 deste sábado, pelo menos 173 cidades brasileiras participarão da Hora do Planeta 2015, incentivando a população a apagar as luzes por 60 minutos, em ato simbólico contra as mudanças climáticas. A iniciativa, promovida pela organização ambientalista WWF em cidades de todo o mundo, teve adesão das 27 capitais. 

A mobilização no Brasil deverá ser maior que nas seis edições anteriores do ato. Em 2014, 144 municípios se cadastraram. O objetivo da ação, segundo a WWF, é incentivar a comunidade global interconectada a compartilhar as oportunidades e os desafios da criação de um mundo sustentável. Mais de 300 empresas e diversas escolas e instituições também aderiram à iniciativa. 

Alguns dos principais monumentos e prédios públicos do Brasil terão as luzes apagadas às 20h30. Em São Paulo, a Prefeitura apagará alguns dos principais símbolos da cidade, como a ponte do Parque do Ibirapuera, o Monumento às Bandeiras, o Teatro Municipal, o prédio da Fiesp e a Ponte Octavio Frias de Oliveira. 

Em Brasília, a sede do Ministério do Meio Ambiente terá as luzes desligadas e vários monumentos ficarão às escuras, incluindo o Congresso Nacional, a Catedral Metropolitana e o Palácio do Planalto, onde funciona a Presidência da República. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

9 razões para apagar as luzes pelo Planeta neste sábado

Contagem regressiva 

São Paulo - A crise ambiental não é um problema para o futuro e só as pessoas podem mudar o rumo dos acontecimentos. Com essa mensagem, a edição 2015 da Hora do Planeta convoca todos a apagarem as luzes durante uma hora neste sábado, 28 de março, das 20h30 às 21h30. 

Capitaneado pelo grupo WWF, o ato simbólico pretende conscientizar a população sobre os problemas ambientais que a humanidade enfrenta e sinalizar aos governantes sobre a necessidade urgente de agir contra o aquecimento global e a desigualdade do acesso à energia.

A campanha começou em 2007 a partir de uma iniciativa da cidade de Sidney, na Austrália, e vem crescendo para se tornar a maior ação voluntária pelo planeta. 

Só no Brasil, mais de 170 cidades confirmaram a participação. E mais de 500 monumentos terão suas luzes apagadas. 

O número representa um recorde, sendo a maior participação desde a primeira edição da campanha. 
Petição pelo Plano Nacional para Proteção de Nascentes 

Este ano, junto com o movimento a Hora do Planeta, o WWF-Brasil lança uma petição para a criação do Plano Nacional para Proteção de Nascentes. O objetivo é mobilizar a população brasileira em torno de um plano que seja capaz de melhorar a qualidade e ainda aumentar a quantidade da água para consumo. 

A petição estará aberta para assinaturas até agosto, quando deverá acontecer o Dia de Sobrecarga da Terra (Overshoot Day, em inglês), outra data simbólica que marca o dia em que o planeta Terra entra no vermelho, ou seja, quando teremos consumido mais recursos naturais do que o planeta é capaz de repor em um ano.


1,3 bilhão de isolados 

Uma em cada cinco pessoas no planeta – ao todo 1,3 bilhão de pessoas – ainda não tem acesso à eletricidade. Mais de 80% vivem em regiões da África Subsaariana e parte do sudeste asiático onde o pôr do sol significa a escuridão total e quem quiser um pouco de luz para estudar ou trabalhar durante a noite precisa recorrer a lampiões de querosene, cuja fumaça é extremamente prejudicial à saúde.


Consumo em alta... 

Entre 2010 e 2035, o consumo mundial de energia pode aumentar em 33%. Com isso, as emissões globais de gases efeito estufa poderá crescer até 20%, o que deve intensificar o aquecimento do planeta e, por tabela, as mudanças climáticas.


...e desigual 

A desigualdade energética é acentuada nos países mais pobres. Para se ter uma ideia, um único morador de Nova York consome ao longo de um ano quase a mesma quantidade de energia que 45 pessoas consomem juntas na África Subsaariana.


US$ 1 trilhão 

Pelos cálculos da Onu, são necessários 1 trilhão de dólares em investimentos cumulativos – cerca de 49 bilhões por ano – para atingir o acesso universal à energia até 2030.


Vivemos num século febril 

Se você tem 15 anos, ou já passou dessa fase, saiba que presenciou, ou melhor, sentiu na pele, algo histórico. Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, 14 dos 15 anos mais quentes da história ocorreram desde 2000.


Múltiplas pressões sobre a água 

Os recursos hídricos estão sob pressão para atender a crescente demanda global por energia. No total, a produção de energia é responsável por 15% de retirada de água do Planeta. Mas esse número está aumentando e, em 2035, o crescimento populacional, a urbanização e o aumento do consumo prometem empurrar o consumo de água para geração de energia até 20%.


Pragas avançam 

Um estudo feito pelo Grupo Internacional de Consulta em Pesquisa Agrícola (CGIAR, na sigla em inglês) para as Nações Unidas sugere que o aquecimento global pode comprometer, até 2050, cerca de 20% da produção trigo, arroz e milho – as três commodities agrícolas mais importantes e que estão na base de metade das calorias consumidas por um ser humano.


Os "sem água" 

Ainda hoje, cerca de 748 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a uma fonte segura de água potável. Enquanto isso, a demanda por água para a fabricação de bens de consumo deverá crescer 400 por cento até 2050 (em relação os índices de 2000).


Uma janela para o futuro 

Secas, enchentes, furacões, incêndios e temperaturas extremas estão em ascensão em todo o mundo, causando perda de vidas e atrasando o desenvolvimento econômico e social por anos, se não décadas. Os números estão aí para provar. De 1970 a 2012, 8.835 desastres naturais causaram cerca de 1,94 milhão de mortes e danos econômicos de 2,3 trilhões de dólares globalmente, quase um Brasil em PIB, aponta estudo da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Praia do Cachorro. Foto: Eduardo Murici

Uma pane no sistema da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) produziu um grave acidente ambiental em Fernando de Noronha. Na quarta-feira da semana passada (18), uma falha mecânica nas bombas causou o vazamento de esgoto bruto na Praia do Cachorro, uma das mais famosas do arquipélago e pertencente à Área de Preservação Ambiental Fernando de Noronha, Rocas - São Pedro e São Paulo.

Até o momento, o vazamento não foi estancado, embora a Compesa tenha tentado, na sexta e no sábado, trocar as bombas defeituosas. Não deu certo, pois as bombas reservas também apresentaram problemas.

Devido a isto, segunda-feira, o ICMBio decidiu multar a Companhia em R$600 mil por crime ambiental. A Polícia Federal também está investigando o caso.

Em nota, a Compesa afirma que resolverá o problema até esta quarta-feira (25) e que entrará em contato com o ICMBio para esclarecer os fatos ocorridos.

"As dificuldades na Ilha já começam por sua situação geográfica. Tivemos que transportar as bombas para o Recife por via aérea com o objetivo de realizar as manutenções. Além disso, nossos equipamentos sofrem com a forte maresia e as variações de tensão que são muito frequentes", justifica Fernando Lôbo, Diretor Metropolitano da Compesa.

Ainda de acordo com a nota, a empresa fará a despoluição do trecho.

O arquipélago de Fernando de Noronha é formado por 21 ilhas, ilhotas e rochedos. A maior delas virou território do Parque Nacional Fernando de Noronha, sob responsabilidade do ICMBio. Já a APA Fernando de Noronha, Rocas - São Pedro e São Paulo, que como o nome acusa, engloba os arquipélagos de São Pedro e São Paulo e de Fernando de Noronha (Distrito Estadual de Fernando de Noronha - PE).

O milho, um dos alimentos mais antigos da história da humanidade, atualmente tem a maior parte da sua produção destinada, no Brasil, ao consumo animal. Apenas cerca de 15% é para o consumo humano.

O problema em torno deste alimento, defendido por conter vitaminas A e do complexo B, proteínas e minerais como o ferro, fósforo, potássio e cálcio, tem fundamento na utilização do grão transgênico.

Um artigo publicado no International Journal of Biological Sciences mostrou que o consumo da semente modificada tem efeitos negativos principalmente sobre fígado e rim, órgãos ligados à eliminação de impurezas.5

Embora suas propriedades nutricionais sejam mantidas, o estudo francês revelou que os grãos do milho transgênico apontam claros sinais de toxidade. O biólogo molecular Gilles-Eric Séralini e sua equipe puderam divulgar a pesquisa depois que um decisão judicial obrigou a Monsanto revelar sua própria análise dos grãos que manteve em sigilo impedindo que a informação se tornasse pública.

Os franceses então divulgaram a comparação dos efeitos das sementes MON 863, NK 603 e MON 810 sobre a saúde de mamíferos, sendo as duas últimas permitidas no Brasil, bem como sementes resultantes do seu cruzamento.6

No caso do NK 603, os dados apontam perda renal e alterações nos níveis de creatinina no sangue e na urina, que podem estar relacionados a problemas musculares. É por esse motivo que os pesquisadores destacam que o coração foi afetado nos ratos alimentados com esta variedade. O quadro para o MON 810 não muda muito. Embora os machos em geral demonstrem maior sensibilidade a tóxicos, foram as fêmeas que apresentaram ligeiro aumento do peso dos rins, que pode corresponder a uma hiperplasia branda, geralmente presente quando associada a processos imunoinflamatórios.

Os autores do artigo publicado no International Journal of Biological Sciences concluíram que os dados sugerem fortemente que estas três variedades de milho transgênico induzem a um estado de toxicidade, que pode resultar da exposição a pesticidas (glifosato e Bt) que nunca fizeram parte de nossa alimentação.

A Comissão Técnica de Biossegurança, a CTNBio, informa que “o milho NK603 é tão seguro quanto às versões convencionais”, que a modificação genética “não modificou a composição nem o valor nutricional do milho”, que “há evidências cientificas sólidas de que o milho NK 603 não apresenta efeitos adversos à saúde humana e animal” e que “o valor nutricional do grão derivado do OGM referido tem potencial de ser, na realidade, superior ao do grão tradicional”. A CTNBio também avalia que no caso do MON 810 “os efeitos intencionais da modificação não comprometeram sua segurança nem resultaram em efeitos não-pretendidos” e que a “proteína é tóxica somente para lagartas”.

Acrescentamos ao artigo publicado originalmente no site do MST, o Manual do Consumidor, elaborado pelo Greenpeace:
Fontes: MST e Greenpeace

Dados são de 2013, quando a perda foi de 6,5 bilhões de m³ de água.
Região Norte tem maior taxa de água não faturada, diz Instituto Trata Brasil.

Clara Velasco Do G1, em São Paulo 




Mais de 6,5 bilhões de metros cúbicos de água tratada foram desperdiçados no país em 2013, o que equivale a uma perda financeira de R$ 8,015 bilhões ao ano, aponta estudo do Instituto Trata Brasil. Tais perdas correspondem a cerca de 80% dos investimentos em água e esgoto realizados em 2013, de acordo com a entidade.

O volume de água tratada não contabilizada pelas empresas de saneamento do país corresponde a 39,1% do total produzido no país. O Brasil desperdiça água que poderia encher 6,5 vezes o Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, sem considerar as reservas técnicas.

Na projeção do estudo, se em cinco anos houvesse uma queda de 15% nas perdas no Brasil – ou seja, de 39,1% para 33% –, os ganhos totais acumulados em relação ao ano inicial seriam de R$ 3,85 bilhões.

O estudo do Trata Brasil utiliza os dados mais recentes do Ministério das Cidades sobre perdas de água no Brasil, que são de 2013. O índice de perdas de faturamento avalia o quanto da água produzida pelo sistema de abastecimento não foi faturado pelas empresas responsáveis. Essa água é tanto a que é desperdiçada na tubulação, quanto a utilizada de forma irregular através de ligações clandestinas e fraudes – e que, portanto, não é cobrada.

Considerando as regiões do país, a com o índice mais baixo é a Sul, com 34,7%. Já a Norte tem o percentual mais elevado: 60,6%, muito acima da média nacional.

"O Norte tem os piores indicadores de saneamento. É uma região que descuidou do setor. Tem a maior capacidade hídrica do país e usa os rios para diluir os esgotos", diz Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil.

Evolução baixa

Ao comparar os dados de 10 anos do país, o estudo aponta que o indicador de perda de faturamento evoluiu pouco: passou de 42,2% em 2004 para 39,1% em 2013. Segundo Carlos, a evolução tímida se deu por descaso. "A gente viveu até hoje com a sensação de ter muita água, então nunca ninguém olhou esse indicador com cuidado. Apesar de isso ser algo absurdo, pois é uma perda financeira, já que uma empresa que perde 30%, 40% da água que trata perde dinheiro também", diz.

Do mesmo modo, o índice de perdas na distribuição – ou seja, o quanto da água tratada não foi consumida no sistema de abastecimento por causa de desperdícios – passou de 45,6% para 36,9%. Mesmo com uma queda maior, o instituto avalia que os níveis ainda não estão em um patamar adequado. "A queda é positiva, mas ainda é um absurdo trabalhar com níveis de 37% no país. Países desenvolvidos trabalham com média de 15%", afirma Carlos.

Segundo o presidente do instituto, a esperança é que a atual crise hídrica que o país está enfrentando seja um "divisor de águas". "Essa crise pode servir para colocar pressão não apenas nas empresas, para que haja uma troca das redes antigas de água, mas também nos prefeitos, que são responsáveis pelas concessões de serviço; nos governadores, que precisam passar metas mais ousadas para as empresas estaduais; e no governo federal, que tem que pressionar para conseguir indicadores melhores."

Cenários de redução

O estudo ainda aponta três cenários possíveis de redução dos índices de água desperdiçada e não cobrada. O primeiro, otimista, alcança perdas de 15% em 2033; o segundo, de base, atinge 20%; e o terceiro, conservador, chega a 25% em 20 anos.

O trabalho indica que os ganhos nos cinco primeiros anos já seriam significativos. Mesmo no cenário mais conservador, o montante seria de R$ 3,85 bilhões. No cenário base, o ganho bruto com a redução de perdas até 2033, considerando aumento das receitas e redução dos custos de produção, pode chegar a R$ 53,47 bilhões.

"Mesmo o cenário base precisa de um grande esforço para ser realizado. É um desafio grande, precisa ter foco e planejamento anual das empresas e das esferas de poder envolvidas", diz Carlos. "E, claro, a população deve manter seu papel fiscalizatório, sempre atenta aos vazamentos para poder cobrar."

Vazamento de água em rua de São Paulo (Foto: Victor Moriyama/G1)

Espécie foi descoberta em 1983 e foi vista raras vezes desde então.
Mesmo cientista que a descobriu conseguiu fotografar exemplar em 2014 

Do G1, em São Paulo 

Rara foto de exemplar de pika-de-Ili foi feita em 2014 pelo cientista Weidong Li no noroeste da China (Foto: Li Weidong/Wikimedia Commons)

O cientista Weidong Li, do Instituto de Ecologia e Geografia Xinjiang, na China, descobriu por acaso uma nova espécie de mamífero em 1983: a pika-de-Ili (Ochotona iliensis). O pequeno animal, encontrado pela primeira vez na cordilheira Tian Shan, no noroeste da China, tem uma peculiar aparência de bichinho de pelúcia fofo.

Desde sua descoberta, foram raras as vezes em que o mamífero foi visto. Em 2014, durante uma expedição à cordilheira Tian Shan, o mesmo cientista que descobriu a espécie conseguiu registrar em foto uma rara aparição de um exemplar. A história do raro bichinho das montanhas e seu descobridor foi publicada na edição de março da revista "National Geographic China".

Weidong Li partiu para as monhanhas em 2014 com alguns voluntários justamente para procurar exemplares da pika-de-Ili, segundo a revista. O exemplar típico do mamífero mede cerca de 20 cm, tem orelhas grandes e pêlo acinzentado com manchas marrons.

Um artigo publicado na revista científica "Oryx" por Weidong em 2005 fala sobre o possível declínio do número de exemplares de pika-de-Ili nos locais onde o animal havia sido visto anteriormente.

Segundo o artigo, o aumento da temperatura devido ao aquecimento global pode ter contribuído para o "dramático declínio" da população da espécie. O autor recomendava que a espécie fosse classificada como ameaçada de extinção.

Apesar de residirem nos oceanos, esses organismos apresentam uma série de funções metabólicas essenciais a todos os ecossistemas do planeta


A análise da estrutura de micro-organismos fixadores de nitrogênio, que compõem as comunidades diazotróficas, foi o fator motivador para a pesquisa de Catherine Gérikas Ribeiro, doutoranda do Instituto de Oceanografia (IO) da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisadora focou na cianobactéria UCYN-a, e buscou avaliar temporal e espacialmente as taxas de fixação de nitrogênio da, assim como seu fluxo de carbono associado, identificar fatores ambientais que podem causar modificações nas taxas de incorporação de carbono e fixação de nitrogênio apresentadas pela cianobactéria, além traçar algoritmos que correlacionem dados de sensoriamento remoto de sua floração, com taxas de fixação de carbono e nitrogênio na coluna d’água.

“Após coletas e análises in situ, os organismos foram transportados para caixas experimentais, onde as taxas de incorporação de carbono e as taxas de fixação de nitrogênio foram monitoradas em relação a parâmetros variáveis, como diferentes concentrações de ferro, fósforo, assim como diferentes graus de pH”, explica Catherine sobre a metodologia utilizada durante o estudo.

Após esse processo, uma série de análises foram feitas para que, finalmente obtenha-se dois tipos de dados: os obtidos através da biologia molecular, com a utilização de genes funcionais, e os obtidos experimentalmente. “Assim, algumas correlações podem ser traçadas entre a expressão da nitrogenase e a fixação real de nitrogênio observada.”

Importância global dos seres microscópicos

Os seres microscópicos residentes nos oceanos são responsáveis por manter a vida em escala global. “Sem a participação dos seres microscópicos nos ciclos dos elementos, todos os fenômenos biológicos cessam. Com suas variadas funções, principalmente a degradação da matéria orgânica, os micro-organismos estão presentes no início e no fim da teia alimentar. Representam, portanto, o elo entre os fluxos de energia e matéria nos mais variados ecossistemas da Terra”, afirma a pesquisadora.

No entanto, a poluição marítima que vem acontecendo atualmente, e cada vez em uma escala maior, acaba prejudicando esses organismos tão importantes à manutenção mundial da vida. Ainda não se sabe quais são os efeitos que a contaminação pode acarretar aos micro-organismos devido à grande complexidade metabólica que apresentam. “A microbiologia ambiental, embora tenha alcançado grandes realizações nas últimas décadas, ainda carece de esforço intelectual conjunto para visualizar processos e padrões ecológicos determinados por micro-organismos. Estes estudos configuram-se como urgentes, pois as interações físico-químicas, macrobióticas e microbióticas de qualquer ambiente atuam em sinergia, produzindo efeitos complexos e imprevisíveis em nível global.”

Novo relatório sobre recursos hídricos da Unesco apela para uso sustentável do recurso natural. Entidade acredita que o consumo na indústria quadruplicará entre 2000 e 2050.

A meio ano da adoção das novas metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), publicou seu mais recente relatório global sobre desenvolvimento dos recursos hídridos.

“É especialmente importante destacar mais uma vez, de forma clara, a importância central da água”, explica o principal autor do documento, Richard Connor. “A água é um pré-requisito básico para o desenvolvimento sustentável. Isso não é novidade, mas fundamental para o futuro uso da água.”

Por isso, a Unesco luta para garantir que a gestão da água, em todas as suas dimensões, seja consagrada como uma das novas metas de desenvolvimento sustentável. Isso não é o caso nos ainda vigentes Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), cujo prazo para cumprimento expira este ano. “Eles só tratam de água potável e saneamento básico”, lembra Connor.

“Agora vamos fazer pressão para obtermos uma meta ligada à água que inclua não só o acesso à água potável e ao saneamento, mas também a proteção e a gestão adequada dos recursos hídricos como um todo”, explica o ambientalista. Assim, o desperdício e a poluição da água devem ser futuramente reduzidos.

Agricultura é atividade que mais consome água

Empresas precisam economizar

O abastecimento de água potável é responsável por apenas uma pequena fração do consumo mundial do recurso natural. Embora uma pessoa consuma, em média, dois a três litros por dia, a produção de alimentos para a necessidade diária exige cerca de 3 mil litros de água per capita. A maior parte é consumida mundialmente pela agricultura, seguida por outros setores, como o industrial e de energia.

No relatório atual sobre recursos hídricos, a Unesco acredita que o consumo na indústria irá quadruplicar até 2050, em relação ao ano 2000. Ao mesmo tempo, a agricultura deve produzir mais alimentos para uma crescente população mundial. Segundo o documento, existe a ameaça de que até 2030 haja um deficit de 40% no suprimento global da água, se nada for feito.

“Temos que mudar nossa economia global para formas econômicas que consumam recursos menos intensivamente”, diz Sybille Röhrkasten, pesquisadora do Instituto de Estudos Ambientais Avançados, de Potsdam (IASS).

“Não só a agricultura, mas também a indústria e o setor de energia devem ser mais econômicos em relação aos recursos hídricos.” A cientista acrescenta que “o relatório deixa claro que precisamos de uma revolução energética global, se quisermos usar os nossos recursos hídricos de forma sustentável”.

Represa nos Estados Unidos: produção de energia também consome o recurso natural

Decisão política

“Por ser um recurso limitado, devemos sempre pensar em formas de utilizar melhor a água”, observa Richard Connor, da Unesco. Assim, ele e seus coautores têm como objetivo principal sensibilizar os decisores políticos para o problema da distribuição hídrica.

“Afinal, as principais decisões não são tomadas por especialistas em água ou gestores de recursos hídricos”, constata o cientista ambiental. “As decisões sobre as opções de desenvolvimento são processos políticos envolvendo diferentes departamentos e ministérios, que têm que ser coordenados. Por isso, queremos alcançar os decisores políticos e deixar claro que, em última instância, eles têm que decidir como pode ser distribuída a água, que é um recurso escasso.”

Fonte: DW

Torneira: especialistas atribuem a crise hídrica a uma falta de gestão por parte do governo da região Sudeste



Alba Gil, da EFE

O Brasil se envolveu neste domingo nas celebrações do Dia Mundial da Água enquanto o sudeste do país atravessa uma das piores crises hídricas de sua história e que tem como principal foco o estado de São Paulo.

Diferentes atos foram organizados durante o dia todo na capital paulista para conscientizar a população sobre a importância de água e reivindicar ao governo de São Paulo mais transparência frente à crise hídrica que o estado atravessa.

Os atos marcados para este domingo acentuam a situação paradoxal que se apoderou da vida de milhões de brasileiros, alguns dos quais sofrem com racionamento de água, enquanto sentem os estragos das inundações causadas pelas chuvas de verão em São Paulo.

"Neste momento em que o Brasil se mobiliza pelos escândalos de corrupção e os problemas na economia, é importante que a questão de água não seja posta em um segundo plano", afirmou em comunicado Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, grupo que reúne mais de 40 organizações da sociedade civil.

Conferências com especialistas, exposições, debates, seminários e passeatas foram convocadas pela Aliança pela Água para aprofundar a compreensão dos cidadãos sobre a crise hídrica.

Os especialistas atribuem a crise hídrica a uma falta de gestão por parte do governo regional, que começou a ser visível no ano passado, quando uma seca afetou São Paulo e outros estados do sudeste do país.

A situação hídrica levou o governo de São Paulo a adotar medidas como benefícios para quem economize no consumo de água, multas por desperdício ou aumento não justificado de seu uso e redução na pressão.

Esta conjuntura deixou alguns bairros com falta de abastecimento inclusive até por 19 horas por dia e provocou continuados protestos na sociedade, que denunciaram os descontos na conta de água dos que supostamente se beneficiaram mais de 500 grandes empresas.

Mas além de São Paulo, os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde se concentra a maioria das indústrias brasileiras, também estão sentindo as consequências da crise hídrica.

Dado que a principal fonte é a hidrelétrica, alguns setores da indústria brasileira mostraram preocupação perante o temor de um possível racionamento energético, uma hipótese que por enquanto é descartada pelas autoridades.

As precipitações dos últimos meses deram um empurrão aos principais açudes do estado de São Paulo, mas apesar das intensas chuvas, os reservatórios seguem nos mínimos históricos.

O sistema da Cantareira, o maior de São Paulo e responsável pela provisão de água para 6,5 milhões de pessoas -um terço da região metropolitana- registrou o verão mais chuvoso desde 2011, embora siga operando com 16,5% de sua reserva técnica, considerada como "volume morto".

Esta situação fez saltar os alarmes perante a entrada de outono e o fim da estação chuvosa, que não voltará até outubro.

Óleo de cozinha: material foi base para combustível de voo de Xangai até Pequim


Da AFP

Uma companhia aérea chinesa completou neste sábado o primeiro voo comercial do país abastecido com um biocombustível feito à base de óleo de cozinha usado, em um momento em que o governo busca promover uma sustentabilidade ambiental mais ampla. 

O voo da Hainan Airlines, de Xangai para Pequim, utilizou biocombustível fornecido pela companhia China National Aviation Fuel e pela gigante da energia Sinopec, de acordo com um comunicado da fabricante de aviões americana Boeing. 

O avião empregado, um Boeing 737, usou uma mistura 50% a 50% de querosene de aviação convencional e biocombustível feito de "óleo de cozinha usado, coletado de restaurantes na China", acrescentou. Uma porta-voz da Boeing confirmou à AFP que o voo tinha sido concluído no sábado. 

O óleo de cozinha usado tem sido alvo da imprensa chinesa, que critica a forma como o rejeito algumas vezes é reutilizado ilegalmente para consumo humano. 

A Sinopec, que foi criticada no documentário ambiental chinês "Under the Dome", alegou que o óleo usado poderia ter um fim melhor. 

"Isto representa o compromisso determinado da Sinopec em avançar continuamente na inovação científica e tecnológica para promover desenvolvimento verde e com baixa emissão", destacou a Sinopec em um comunicado. 

O primeiro voo no mundo movido inteiramente com biocombustível foi realizado em 2012, quando um avião decolou da capital canadense, Ottawa, mas alguns aviões comerciais usaram biocombustíveis misturados com querosene de aviação tradicional, que é derivado do petróleo. 

A australiana Qantas e a canadense Air Canada já testaram biocombustíveis em seus voos comerciais. 

No ano passado, a Boeing anunciou que iria cooperar com a chinesa Commercial Aircraft Corp. para desenvolver biocombustível de aviação. A empresa americana tem um projeto similar com um instituto de pesquisas vinculado à Academia Chinesa de Ciências. 

A China é um mercado-chave para a Boeing, que estima que o país vai precisar de 6.020 aeronaves, a um custo estimado em US$ 870 bilhões até 2033.

Ártico: quantidade de gelo marinho é a menor em 36 anos


Karen Carneti, de INFO Online

Cientistas do National Snow and Ice Data Center (NSIDC) acreditam que a quantidade de gelo marinho no Oceano Ártico teve seu nível mais baixo para um inverno em fevereiro. O gelo normalmente atinge seu ponto alto entre fevereiro e março, já que expande com temperaturas mais frias. Mas, de acordo com os últimos dados do NSIDC, o ponto máximo deste ano foi o mais baixo desde 1979. 

Segundo o NSIDC, é difícil identificar o ponto exato de alta por conta da variabilidade em tendências sazonais. Aparentemente, o gelo do Ártico chegou ao seu ponto alto em 25 de fevereiro, quando cobriu 14,5 milhões de quilômetros quadrados – 130 metros quadrados a menos do que a máxima mais baixa para um inverno, em 2011. 

O órgão também disse que, ao longo das próximas duas a três semanas, períodos de aumento ainda são possíveis. "No entanto, parece improvável que poderia haver um crescimento suficiente para superar o ponto alcançado em 25 de fevereiro", afirmou. 

O gelo de todos os mares teve um recorde de baixa em 2012, e o NSIDC indica que essa máxima mais baixa deste ano é provavelmente devida a padrões de vento incomuns que levaram a condições mais quentes ao longo do lado do Pacífico do Ártico. 

Uma análise mais abrangente sobre o gelo dos mares no inverno 2014-2015 será lançada pela NSIDC em abril, depois da coleta dos dados de março.

Água na Amazônia: populações já sentem os efeitos da mudança climática, que se expressa nas fortes inundações e secas


Eduardo Davis, da EFE

Brasília - Os países amazônicos, que "guardam" 20% da água doce do mundo, devem continuar "atuando juntos" para impedir que essas reservas sejam motivo de futuros conflitos, afirma a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). 

"Na medida em que os países amazônicos continuem atuando juntos, isso poderá ser evitado", disse em entrevista para a Agência Efe o diplomata boliviano Mauricio Dorfler, diretor-executivo da OTCA, a organização regional integrada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. 

A ONU já alertou que a água pode ser objeto de grandes conflitos no século XXI e um relatório divulgado pela Unesco nesta semana, como parte das comemorações pelo Dia Internacional de Água neste domingo, reafirmou essa tese, ao advertir que o planeta pode ter um déficit hídrico de 40% em 2030 se não houver mudanças no atual modelo de consumo e preservação. 

Para Dorfler, há um consenso entre os países amazônicos de que a gestão da água é parte de uma "agenda comum", que inclui outros fenômenos que podem afetar essas reservas, como o desmatamento e o mercúrio despejado nos rios pela mineração ilegal. 

Dorfler destacou que esse consenso dentro da OTCA foi alcançado "inclusive com as diferenças políticas" que existem entre os países da região amazônica, que souberam deixar de lado as divergências para trabalhar em favor da preservação. 

Nesse sentido, o diplomata boliviano citou como exemplo um projeto regional sobre o uso sustentável dos recursos hídricos além das fronteiras ao longo de toda a bacia amazônica, que nasce nos Andes e desagua no Atlântico, na região norte do Brasil. 

Esse projeto se complementa com um plano para fortalecer os marcos constitucionais nacionais em relação à gestão da água e ao desenvolvimento de iniciativas conjuntas para a criação de um ambiente de cooperação, nas áreas social e econômica, em toda a Amazônia. 

"Na região amazônica, vivem cerca de 40 milhões de pessoas que não podem permanecer à margem do desenvolvimento", disse Dorfler, que acrescentou que essas populações já sentem os efeitos da mudança climática, que se expressa nas fortes inundações e secas registradas nos últimos anos em diversas regiões amazônicas. 

Nesse contexto, o diplomata relatou que a OTCA começou a colaborar com comunidades que residem na fronteira entre Brasil e Peru, onde se executa um projeto para a implantação de hortas em plataformas elevadas a cerca de dois metros do solo. 

Essas plataformas têm aproximadamente 100 metros quadrados e permitem manter o cultivo de diversos produtos agrícolas durante as inundações, com os quais as populações ribeirinhas podem continuar gerando receitas mesmo quando suas terras tenham se transformado em pântanos. 

Esse projeto demandou até agora um investimento aproximado de US$ 200 mil e favoreceu cerca de 22 mil pessoas das regiões de Nauta, no Peru, e de Tapará Grande, Urucurituba e Igarapé da Costa, no Brasil. 

No entanto, se trata somente de um projeto piloto que será ampliado no futuro para outras regiões amazônicas que sofrem a cada ano com as cheias dos rios. 

A OTCA também tem em seus planos a instalação de um Observatório Ambiental e quer fortalecer seus programas para a formação de profissionais nas ciências da natureza, que são escassos nos oito países da organização. 

Segundo dados da OTCA, a Amazônia abriga pelo menos 32 mil espécies diferentes de plantas vasculares e o país da região que mais possui doutores em botânica é o Brasil, onde não passam de uma dezena. 

Por outro lado, 70% dos estudos sobre a região são realizados por especialistas de Estados Unidos e Europa, e dos 30% restantes, 80% são feitos no Brasil, que possui quase dois terços do território amazônico.

Região desmatada da Amazônia: o desmatamento se concentrou em Mato Grosso (37%) 


Fábio de Castro, do Estadão Conteúdo

          O desmatamento da Amazônia foi de 42 quilômetros quadrados em fevereiro de 2015, um aumento de 282% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram devastados 11 quilômetros quadrados. 

Os números são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), mantido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). 

O SAD produz um monitoramento não oficial da Amazônia Legal - área que se estende por mais de 5 milhões de quilômetros quadrados em 9 Estados - e tem seus dados divulgados mensalmente. 

De acordo com o boletim do Imazon, em fevereiro o desmatamento se concentrou em Mato Grosso (37%), Roraima (28%), Amazonas (16%), Pará (14%) e Rondônia (5%). Os municípios mais desmatados foram Porto dos Gaúchos (MT) e Vitória do Xingu (PA). 

A maior parte da destruição ocorreu em áreas privadas: 79%. O restante foi registrado em assentamentos de reforma agrária (18%), unidades de conservação (2%) e terras indígenas (1%). 

A devastação acumulada nos sete primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento - entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015 - chegou a 1.702 quilômetros quadrados. 

O aumento foi de 215% no período anterior, quando foram desmatados 540 quilômetros quadrados. 

Entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015, o Mato Grosso desmatou 595 quilômetros quadrados, o que corresponde a 35% de toda a área devastada. 

O Pará desmatou 433 e Rondônia 342 quilômetros quadrados, o que corresponde, respectivamente, a 25% e 20% da área florestal destruída. 

Além dos dados sobre o corte raso, o boletim inclui os números sobre florestas degradadas - aquelas que não foram inteiramente suprimidas, mas foram intensamente exploradas ou atingida por queimadas. 

Em fevereiro, as florestas degradadas somaram 49 quilômetros quadrados - o que representa uma redução de 2% em relação a fevereiro de 2014, quando foram registrados 50 quilômetros quadrados de florestas degradadas. 

Os dados obtidos pelo SAD em fevereiro têm limitações, já que mais da metade da área florestal da Amazônia Legal (59%) estava coberta por nuvens e, portanto, fora do alcance dos satélites. Em fevereiro de 2014, a cobertura de nuvens foi ainda maior, deixando 69% da área inacessível ao monitoramento. 

O boletim do Imazon destaca que, por causa dessas condições, os dados de desmatamento e degradação florestal para fevereiro podem estar subestimados. 

O SAD utiliza imagens dos mesmos sensor e satélite empregados pelo sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que fornece ao governo federal as informações sobre as novas áreas de desmatamento na Amazônia. 

As metodologias utilizadas pelo Inpe e pelo Imazon, porém, são diferentes - o que explica eventuais disparidades entre os resultados dos dois sistemas.

Em 21 de março comemora-se o Dia Mundial das Florestas, uma data voltada para a conscientização da importância desses biomas.


As florestas trazem benefícios ecológicos, econômicos e até mesmo sociais para todo o planeta

As florestas são, sem dúvidas, umas das maiores riquezas naturais de nosso planeta. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, elas podem ser definidas como “uma área medindo mais de 0,5 ha com árvores maiores que 5 m de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar estes parâmetros in sito”.

As florestas são importantes fontes de biodiversidade e estão relacionadas com a absorção de dióxido de carbono, com a estabilidade do clima e com a proteção do solo, além de fornecerem matéria-prima para a fabricação de vários produtos. Diante de sua importância indiscutível, surgiu, em 1971, o Dia Mundial das Florestas, ou Dia Internacional das Florestas, que é comemorado em 21 de março. A data foi estabelecida para coincidir com o início da primavera no hemisfério norte e foi celebrada em vários países pela primeira vez em 1972.

A ONU estima que aproximadamente 31% de toda a Terra seja recoberta por florestas. No Brasil, elas ocupam, em média, 61,5% de todo o território nacional. Entretanto, esses números podem ser facilmente mudados, uma vez que a destruição desses biomas é cada vez maior, principalmente em razão do avanço da agropecuária e da exploração ilegal dos recursos, tais como a madeira.

Como consequência da destruição das florestas, podemos citar a diminuição constante da biodiversidade, com a redução do número de espécies de plantas, animais e outros seres vivos. Além disso, devemos destacar os efeitos nos regimes de chuvas, que tendem a diminuir, e a liberação de dióxido de carbono, que pode influenciar ativamente as mudanças climáticas.

Ao destruir áreas florestais, perdemos também uma grande variedade de plantas com potencial farmacológico, algumas ainda desconhecidas pelo homem, e exterminamos áreas de onde são retiradas as fontes de sobrevivência de diversas comunidades tradicionais.

No Dia Mundial das Florestas, várias ações são realizadas ao redor do globo com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de preservar as áreas florestais. O foco principal é que todos entendam como as florestas são importantes para todos os seres vivos e a necessidade de um uso racional de seus recursos.

Por Ma. Vanessa dos Santos

Nível do mar aumenta mais rápido nesses locais do que no resto do mundo, colocando setores essenciais, como pesca e turismo, em risco. No Dia Mundial do Meio Ambiente, ONU pede ações imediatas para barrar tendência.


Como consequência do aquecimento global, o nível do mar está aumentando até quatro vezes mais nos 52 Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) do que no restante do mundo, revelou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), num relatório publicado nesta quinta-feira (05/06), Dia Mundial do Meio Ambiente.

Enquanto a média global de elevação do nível do mar é de 3,2 milímetros por ano, em algumas ilhas do Pacífico foi registrado um aumento anual de 12 milímetros, entre 1993 e 2009. Trata-se da maior ameaça para o meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômico nesses Estados, a qual pode resultar em perdas anuais de trilhões de dólares.

O Pnuma pede políticas e investimentos globais imediatos em energia renovável e economia verde para evitar o agravamento desses impactos das mudanças climáticas.

“Esses 52 países, com mais de 62 milhões de habitantes, produzem menos de 1% dos gases do efeito estufa emitidos no mundo, mas sofrem desproporcionalmente com as mudanças climáticas causadas pelas emissões globais”, alerta Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma.

Steiner ressalta que, felizmente, estudos mostram que há meios de combater essa tendência. Segundo o diretor, cabe à comunidade internacional ajudar os PEID, por meio de um acordo climático a ser implementado em 2015, que terá como objetivo cortar emissões e minimizar os impactos das mudanças climáticas sobre essas ilhas.

O relatório faz um alerta sobre a magnitude e a frequência dos riscos provocados pelo clima, que irão aumentar devido ao avanço do aquecimento global, atingindo especialmente as pequenas ilhas.

Se políticas e ações voltadas para a economia verde não forem colocadas em prática, esses países sofrerão impactos desproporcionais e intensos em vários setores, como turismo, agricultura, pesca, energia, saneamento e saúde.

A pesca, por exemplo, é responsável por até 12% do Produto Interno Bruto (PIB) em alguns desses países. Além disso, o peixe representa 90% da proteína animal na dieta das comunidades das ilhas do Pacífico.

O turismo, extremamente importante para a economia dos PEID, também poderia ser gravemente afetado. A ilha caribenha de Granada, por exemplo, perderia 60% de suas praias com um aumento de 50 centímetros no nível do mar.

Dimensão territorial


A vulnerabilidade dos PEID em relação às mudanças climáticas e ao aumento do nível do mar é maior devido às pequenas dimensões territoriais, à concentração populacional e à grande dependência dos ecossistemas costeiros para o estilo de vida, alimentação, segurança e proteção contra eventos climáticos extremos.

Além disso, o relatório aponta que os recifes de corais nas regiões dos PEID já estão sofrendo com o aumento da temperatura da superfície marítima. A ONU estima que o mundo perdeu 34 milhões de hectares desse ecossistema em duas décadas, a um custo de 11,9 trilhões de dólares para a economia internacional, com impacto especialmente nos pequenos países insulares.

Em algumas regiões do Caribe insular, por exemplo, todos os recifes de corais sofreram descoramento – perda de cor –, causado pelo aquecimento global. Com as águas mais quentes, os microorganismos responsáveis pela coloração são expulsos, e os corais acabam morrendo. As mudanças climáticas devem ameaçar 90% desse ecossistema no Caribe até 2030 e 100% até 2050.

Economia verde

Num segundo relatório, lançado também nesta quinta-feira, o Pnuma mostra como Barbados, na América Central, vem investindo em projetos contra as mudanças climáticas que podem servir de exemplo para as outras ilhas.

“A economia verde é particularmente importante para Barbados, devido ao nosso compromisso nacional para impulsionar o paradigma do desenvolvimento sustentável no processo de criação de um país socialmente equilibrado, economicamente viável e que protege o meio ambiente”, afirma o Primeiro Ministro da ilha, Freundel Stuart.

Barbados pretende produzir 29% da energia consumida no país a partir de fontes renováveis até 2029. Atualmente, mais de 90% da eletricidade dos PEID é gerada a partir do petróleo, o que a torna uma das mais caras do mundo.

Além disso, o relatório mostrou que a adoção da economia verde está gerando empregos na ilha, diversificando a economia, aumentando a eficiência dos recursos, reduzindo a pobreza e incentivando o desenvolvimento sustentável.

Para colocar essa abordagem em prática, medidas como promoção da agricultura orgânica e diminuição do emprego de substâncias tóxicas na construção civil estão sendo adotadas no país.

O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972. A cada ano, um tema e um país-sede são escolhidos. Em 2014, as mudanças climáticas nos PEID são o foco em Barbados.
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