julho 2017

© Fornecido por Prisa Noticias Machu Picchu (Peru)

Todos nós queremos visitar Machu Picchu. Mas o sítio arqueológico e sua complicada localização geográfica têm uma capacidade máxima, que entre julho e setembro chega claramente ao limite. Acabo de voltar de lá e embora a experiência continue sendo fascinante (é fácil ver gente chorando no mirante da Casa del Guardián, onde fiz a foto que abre este artigo, “a que saiu na National Geographic”, como dizem os guias), a sensação geral é de sufocamento.

Sufocamento na aldeia de Aguascalientes, tomada por milhares de mochileiros e turistas que parecem recém-saídos de uma loja da Decathlon; sufocamento para pegar o ônibus de subida (aqueles que querem ver o amanhecer lá em cima começam a fila às 2h30 da manhã para poder pegar os primeiros ônibus, que saem... três horas depois, às 5h30 da manhã!); sufocamento nas áreas mais concorridas do sítio e sufocamento máximo quando você termina a visita e vê que a fila para tomar o ônibus de volta tem mais de meio quilômetro de comprimento.

Machu Picchu foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1983. Durante aqueles primeiros anos, com as áreas rurais do Peru assediadas pelo terrorismo fanático do Sendero Luminoso, a cidadela inca recebeu pouco mais de 100.000 visitantes por ano. Em 1991, ano em que uma epidemia de cólera assolou o país, o número foi de 77.295. Mas tudo se acelerou a partir de julho de 2007, quando Machu Picchu foi reconhecida como uma das “7 novas maravilhas do mundo moderno” em uma polêmica sondagem realizada pela empresa privada suíça New Open World Corporation. Neste ano já foram vendidas 800.000 entradas.

Em 2016, Machu Picchu recebeu 1.419.507 visitantes.

Um crescimento difícil de digerir por qualquer monumento. E ainda mais por um ao qual se chega de trem por um estreito vale em plena floresta – não existe estrada – e ao qual se deve subir em seguida por uma estrada de terra sinuosa em micro-ônibus com capacidade para 29 pessoas.

É precisamente esse sistema de ônibus que – de acordo com todas as fontes consultadas – gera o maior funil. E se algum dia for finalmente construído o Aeroporto Internacional de Chinchero, substituindo o pequeno e saturado de Cusco, o colapso seria total. Estima-se que com essa infraestrutura o número de visitantes na região do Vale Sagrado poderia dobrar. E nenhum deles iria querer perder Machu Picchu, é claro.

Esses 24 ônibus autorizados a fazer o serviço entre Aguascalientes (a aldeia onde estão todos os serviços, às margens do rio Urubamba) e o acesso à cidadela, pertencem a um conglomerado de nove empresas que tem o monopólio do sistema e não permite que nenhuma outra opere. A maior é a Consettur, que gerencia o serviço e divide os lucros com as outras oito; algumas possuem um único ônibus, ou dois; inclusive uma das empresas pertence ao município de Aguascalientes.

Mas é o negócio do século: 24 soles (cerca de 25 reais) por viagem – subida e descida – multiplicado por um milhão e meio de passageiros por ano... dá um montante enorme!

© Fornecido por Prisa Noticias Filas em Aguascalientes às 5 da manhã para tomar os primeiros ônibus que sobem até o sítio arqueológico

Existe um velho projeto de construir um teleférico, como o recém-inaugurado em Kuelap (outra cidadela no norte do Peru, esta da cultura Chachapoyas), mas – além dos conflitos ambientais – as concessionárias do serviço de ônibus, lideradas pela Consettur, não querem ouvir falar da perda dos seus direitos; elas têm a concessão desse monopólio até 2025.

A Unesco ameaçou incluir Machu Picchu na lista de lugares Patrimônio em risco e deu ao Governo peruano um prazo de dois anos para melhorar a gestão e tomar medidas para a conservação do monumento. Esse prazo expirou na reunião que o Comitê de Patrimônio Mundial da Unesco realizou em Cracóvia (Polônia) entre 10 e 17 de julho. E para alegria dos peruanos, as medidas propostas foram suficientes para que o Comitê reconhecesse o esforço e decidisse não incluir as ruínas da cidadela inca nessa lista negra.

A partir de 1º de julho foi proibida a entrada sem guia e foram estabelecidos dois turnos de visitas. E não é permitido o acesso com bastão de selfie ou guarda-chuvas

As novas regras que entraram em vigor em 1º de julho incluem:

- Estabelecimento de dois horários de visita: um primeiro grupo entre 6h e 12h; e um segundo grupo entre 12h e 17h30. (na prática, se você for do segundo e chegar às 11h te deixarão entrar; mas não foi bem explicado como sairão aqueles os que entraram no primeiro horário).

- Não é permitida a entrada na cidadela sem um guia.

- Cada guia pode levar um máximo de 20 pessoas (no site mencionam 16, mas a realidade, ao menos durante a minha estadia, é que permitiam 20).

- A entrada dá direito a permanecer apenas 4 horas dentro do sítio arqueológico.

- Durante essas quatro horas só é possível sair e entrar novamente uma vez (no site diz que não se pode sair nenhuma vez, mas a realidade é que, como dentro não há banheiros, eles deixam sair, pois do contrário haveria colapso generalizado de bexigas).

© Fornecido por Prisa Noticias Aglomeração na entrada da cidadela às sete da manhã, quando se misturam os visitantes primeiro turno com os que subirão ao Wayna Picchu

- A entrada gratuita para cidadãos do departamento de Cusco devidamente credenciados, que antes era para domingos e feriados, foi reduzida para somente aos domingos.

- É proibida a entrada com bastões de selfie, alimentos e bebidas, guarda-chuvas e sombrinhas, animais, sapatos com salto, instrumentos musicais e carrinhos de bebê.

Devo dizer que ao menos na semana passada, durante a minha visita, essas novas normas não estavam sendo aplicadas com todo o rigor. Imagino que serão implantadas pouco a pouco.

Pelo bem de Machu Picchu. A não ser que ela tenha se salvado porque não foi descoberta pelos conquistadores espanhóis e acabe desaparecendo porque foi descoberta por nós, os turistas.

Paco Nadal

A Nova Zelândia já é uma velha conhecida por suas paisagens cinematográficas.

Mas esse país do outro lado do planeta, na Oceania, surpreende com opções criativas e inusitadas para quem vai se hospedar nas ilhas do Sul e do Norte, como casas na árvore e até um tonel desativado de grãos.

Confira seleção de hotéis inusitados:

NA CASA DA ÁRVORE
© Fornecido por Viagem em Pauta

Localizado em Kaikoura, destino a duas horas e meia de Christchurch, na Ilha Sul da Nova Zelândia, o Hapuku Lodge + Tree Houses abriga cinco casas na altura das copas das árvores, a dez metros de altura em um bosque de kanukas, como são chamadas as árvores locais.

A região é considerada um dos melhores pontos para a observação de baleias e práticas de surfe, escalada e esquie.

 SAIBA MAIS: www.hapukulodge.com

NA PRISÃO
© Fornecido por Viagem em Pauta

Desativado em 1999 e desativado até 2006, o local abriga, atualmente, um hostel que preservou parte da estrutura desse presídio, construído em 1874.

Com 80 camas e acomodações compartilhadas ou para famílias, o The Jailhouse conta com quartos que ficam no interior de antigas celas, no bairro de Addington, em Christchurch.

SAIBA MAIS: www.jail.co.nz

NO TONEL
© Fornecido por Viagem em Pauta

Em uma mistura entre design e acomodações de luxo,o SiloStay abriga quartos instalados em armazéns de metal que eram usados para o armazenamento de grãos.

O hotel fica na aldeia de Little River, na região de Banks Peninsula, ao sul de Christchurch.


The Lighthouse, em Wellington – Quase dentro do mar

NO FAROL
© Fornecido por Viagem em Pauta

Localizado em Wellington, capital da Nova Zelândia, esse hotel fica em um farol construído, em 1994, para abrigar o ateliê de pintura da esposa de Bruce Stokell.

Do local é possível ver a Ilha Sul do outro lado do mar. 


Viagem em Pauta

© iSailorr Vesuvius and Pompeii

Claro, a Itália, em linhas gerais, é deveras histórica arquitetonicamente, então o deficiente tem de ser paciente e não se fazer de rogado na hora da necessidade de ajuda, como pedir empurrões na toscana Siena, solicitar uma forcinha no metrô de Roma.

© Fornecido por Abril Comunicações S.A. Vítima do vulcão no Orto dei Fuggiaschi

Na Campanha, região sulista célebre por sediar Napoli (não consigo escrever Nápoles) e Ilha de Capri, Pompeia é daqueles lugares que funcionam como um soco na cara de alguns seres humanos um tanto hipócritas que estão por aí, muuuitos deles no Brasil, que dizem que tal lugar “é muito antigo” pra ter rampa, pra ter um banheiro com uma porta de largura aceitável (arquitetos, cadê vocês?), ser uma cidade linda para minorias.

© Fornecido por Abril Comunicações S.A. O percurso acessível tem 3 km

Assim como a turca Éfeso relatada aqui, que data de 1 000 a.C. e tem pallets como calçamento e como rampas para possibilitar o ir e vir, a cidade de Pompeia italiana tem mais ir e vir para deficientes que o muito agradável bairro paulistano da Pompeia, terreno que germinou os Mutantes, para mim a maior banda da história desse país.

© Fornecido por Abril Comunicações S.A. Melhor que na Avenida Pompeia

Na Itália, Pompeia agora tem um itinerário para pessoas com mobilidade reduzida visitarem parte das escavações. É o programa Pompei per Tutti(Pompeia para Todos), que faz parte de uma restauração de € 105 milhões financiada pela UE. O trabalho de construção descobriu 1700 achados arqueológicos, que estão sendo catalogados em preparação para uma exposição.

Com 3 quilômetros, a rota acessível cobre quase a totalidade da Via dell’Abbondanza al Foro. Há dois pontos de largada: no lado leste, a entrada da Piazza Anfiteatro; a oeste, a Porta Marina.

No caminho, veem-se ao menos 20 pontos dos mais importantes da cidade que foi soterrada pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. É que, com a descoberta da cidade “congelada no tempo” ainda no século 16, foram encontrados prédios, esculturas, pinturas e até grafites, vejam vocês.

© Fornecido por Abril Comunicações S.A. Afresco da Vênus na Casa della Venere in Conchiglia

Dentre esses pontos vistos pela rota, a Casa della Venere in Conchiglia, com o seu embasbacante afresco da Vênus, e o Orto dei Fuggiaschi, cheio de moldes das vítimas do Vesúvio.

Bruno Favoretto

© Fornecido por eCycle Aquecimento global 

O ano de 2020 será crítico para o futuro do clima. Caso as emissões continuem a subir além dessa data, os objetivos do Acordo de Paris tornam-se praticamente inalcançáveis, concluiu um grupo de especialistas no assunto, liderados pela diplomata Christiana Figueres, ex-secretária-executiva da Convenção do Clima das Nações Unidas. Juntos, eles publicaram, em 28 de junho, na revista científica Nature, um plano para manter as emissões de gases de efeito estufa sob controle até 2020. Batizado de "Missão 2020", o documento traça metas de emissão de gases para seis setores da economia: energia, infraestrutura, transporte, uso da terra, indústria e finanças.

O documento foi divulgado uma semana antes de os líderes das maiores economias do mundo reunirem-se em Hamburgo, na Alemanha, na reunião do G20. É o primeiro encontro multilateral realizado após o anúncio de Donald Trump de que os EUA sairão do acordo do clima. "A ideia é justamente trazer o assunto para a pauta política, destacar o que cada uma destas grandes economias está fazendo para enfrentar o desafio climático, compartilhar boas práticas e renovar as esperanças, porque, de fato, ainda temos chances", disse Figueres.

O aumento de temperatura que o planeta já experimentou neste século serviu para mostrar que os impactos sociais das mudanças climáticas, como as ondas de calor, as secas e o aumento do nível do mar, afetam especialmente os mais pobres. Os mantos de gelo na Groenlândia e na Antártida perdem massa a uma taxa crescente, aumentando o nível do mar; da mesma forma, o gelo marinho de verão do Ártico; além, dos recifes de corais, que morrem devido ao aquecimento das águas.

"A boa notícia é que ainda estamos em tempo de atingir as metas do Acordo de Paris se as emissões caírem até 2020", afirma Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto para Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha. Nos últimos três anos, as emissões mundiais de gás carbônico por queima de combustíveis fósseis permaneceram estáveis, enquanto a economia global cresceu pelo menos 3,1% ao ano.

A taxa atual de emissão, de 41 bilhões de toneladas de gás carbônico por ano, ainda está acima do que podemos emitir. Significa que, no ritmo de agora, em quatro anos, ultrapassaríamos o limite de emissões que daria à humanidade uma chance de estabilizar a temperatura em 1,5° Celsius. "É agora ou agora. Não podemos mais esperar", diz Schellnhuber. "Se atrasarmos, as condições de vida no planeta serão severamente restringidas."

Para evitar o pior, segundo Schellnhuber, é preciso usar a ciência para orientar decisões e estabelecer metas, replicar com agilidade as boas práticas de sustentabilidade e, sobretudo, incentivar o otimismo. "Temos inúmeras histórias de sucesso que precisam ser compartilhadas. É o que vamos fazer já na reunião do G20 na Alemanha", disse.

Estas são as metas estabelecidas pela Missão 2020 para cada setor da economia:

1.Energia: as energias renováveis ?devem compor pelo menos 30% do fornecimento de eletricidade no mundo em 2020, contra 23,7% em 2015. Nenhuma usina a carvão poderá ser aprovada daqui três anos.

2.Infraestrutura: cidades e estados darão sequência aos seus planos de descarbonização, o que inclui a construção de edifícios e infraestruturas até 2050, com financiamento previsto de US$ 300 bilhões por ano.

3.Transporte: os veículos elétricos deverão compor pelo menos 15% das vendas de automóveis novos globalmente até 2020 e os híbridos devem avançar 1%. O uso do transporte em massa nas cidades deve dobrar, a eficiência de combustível em veículos pesados deve aumentar 20% ??e a emissão de gases de efeito estufa na aviação por quilômetro percorrido deve diminuir 20%.

4.Uso da terra: novas políticas deverão proibir o desmatamento e os esforços devem se concentrar em reflorestamentos. As práticas agrícolas sustentáveis ??terão de se espalhar pelo planeta e aumentar o sequestro de gás carbônico.

5.Indústria: a indústria pesada desenvolverá planos para aumentar a eficiência e reduzir suas emissões, com o objetivo de diminuir pela metade a liberação de gases de efeito estufa até 2050. Atualmente as indústrias de ferro, aço, cimento e petróleo emitem mais de um quinto do gás carbônico mundial.

6.Finança: o setor financeiro precisará ter pensado na forma de mobilizar pelo menos US $ 1 trilhão por ano para a ação climática. Governos, bancos privados e credores, como o Banco Mundial, vão emitir títulos verdes para financiar os esforços de mitigação do clima. Isso criaria um mercado anual que, até 2020, processaria mais de dez vezes os US$ 81 bilhões de títulos emitidos em 2016.


Equipe eCycle

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