Vanessa Barbosa - EXAME.com

O documento divulgado na COP 21 e intitulado Acordo de Paris foi aprovado por mais de 190 países do mundo, tornando-se o tratado mais importante sobre mudança climática já assinado.

Foram 20 anos de intensas maratonas de negociações, incluindo as duas últimas semanas em Paris, que terminaram neste sábado, com a aprovação do documento que promete catapultar o fim da era dos combustíveis fósseis.

O texto reconhece que "as alterações climáticas representam uma ameaça urgente e potencialmente irreversível para as sociedades humanas e para o planeta e, portanto, requer a mais ampla cooperação possível de todos os países e sua participação numa resposta internacional eficaz e apropriada, visando acelerar a redução das emissões globais de gases de efeito estufa".

Ele também reconhece que "serão necessárias reduções profundas nas emissões globais", a fim de enfrentar as mudanças climáticas que são uma "preocupação comum da humanidade".

A aprovação do acordo por quase 200 países gerou comoção e uma salva de palmas que parecia não ter fim na Conferência.
Veja os principais pontos do acordo de Paris abaixo:

1. Meta de limitar o aquecimento global a 2°C ou se possível a 1,5°C

O acordo visa limitar o aumento das temperaturas médias globais para "bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais", a fim de evitar os piores efeitos do aquecimento global.

Segundo o texto, os países pretendem "prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C, reconhecendo que isso iria reduzir significativamente os riscos e os impactos das mudanças climáticas".

Para atingir este objetivo, o mundo precisará "alcançar um equilíbrio entre as geração de emissões por fontes antrópicas [ligadas às atividades humanas] e a remoção por sumidouros de gases de efeito estufa ainda na segunda metade deste século". Em outras palavras, o mundo terá de trabalhar arduamente para zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.

2. Começa a valer em 2020

Os países comprometem-se a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa a partir de 2020. Ao todo, foram apresentados 158 planos das chamadas INDCs - compromissos voluntários definidos individualmente por quase todos os países, contemplando 90% das emissões mundiais de gases efeito estufa.

3. Um apelo para rever as contribuições nacionais em 2018

O acordo de Paris também inclui um pedido para que os países revejam seus planos climáticos nacionais em 2018, antes do acordo vinculativo entrar em vigência pós-2020. A razão para tal pedido é o fato de que a soma dos cortes de emissões prometidos até agora ainda deixam o mundo no caminho de aquecimento de 3°C. Ou seja, as boas intenções existem, mas faltam compromissos reais e concretos.

4. US$ 100 bilhões por ano para projetos de adaptação e de mitigação

Um mecanismo de perdas e danos - para lidar com os prejuízos financeiros que os países vulneráveis sofrem com os fenômenos extremos, como cheias, tempestades e temperaturas recordes - também foi contemplado no documento histórico. As nações ricas se comprometem a fornecer financiamento para os mais pobres, mobilizando US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020.