06/15/15

Se o Protocolo de Montreal de 1987 não tivesse sido assinado, buraco na camada de ozônio sobre a Antártica seria maior e haveria também falha sobre o Ártico, afirmam cientistas


O tratado da ONU para proteger a camada de ozônio impediu um provável aumento do casos de câncer de pele na Austrália, na Nova Zelândia e nos países do norte da Europa, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (26/05).

Se o Protocolo de Montreal de 1987 nunca tivesse sido assinado, o buraco de ozônio sobre a Antártica teria aumentado 40% até 2013, afirma o relatório.

Os níveis de radiação ultravioleta na Austrália e na Nova Zelândia, que já têm as mais altas taxas de mortalidade por câncer de pele no mundo, poderiam ter aumentado entre 8% e 12%.

No norte da Europa, segundo o estudo, a decomposição da camada de ozônio sobre o Ártico poderia ter elevado os níveis de radiação ultravioleta na Escandinávia e no Reino Unido em mais de 14%. Haveria também um buraco na camada de ozônio sobre o Ártico, de tempos em tempos.

“Nossa pesquisa confirma a importância do Protocolo de Montreal e mostra que já tivemos benefícios reais”, disse o professor da Universidade de Leeds, no Reino Unido, Martyn Chipperfield. “Nós sabíamos que ele [o protocolo] nos salvaria de uma grande perda de ozônio ‘no futuro’, mas na verdade já passamos do ponto em que as coisas teriam se tornado visivelmente piores.”

O Protocolo de Montreal obriga todos os membros das Nações Unidas a erradicar produtos químicos que contêm clorofluorcarbonetos (CFCs). Usados em sprays, solventes e geladeiras, essas substâncias destroem as moléculas de ozônio na estratosfera, responsáveis por barrar a luz ultravioleta, causadora do câncer de pele.

Os autores do estudo, publicado na revista Nature Communications, construíram um modelo computadorizado em 3D com base nos dados mais recentes sobre o estado da estratosfera.

As concentrações de gases que destroem o ozônio estão cerca de 10% abaixo do pico registrado em 1993, embora possa demorar até 2050 para o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica retornar ao estado da década de 1980.

O Protocolo de Montreal foi implementado por 196 países e pela União Europeia (UE), tornando-se o primeiro tratado na história das Nações Unidas a conseguir ratificação universal.

Fonte: DW

 A melhor forma de se locomover pela Holanda é, sem dúvida, de bicicleta. E é isso que faz a maioria – inclusive estrangeiros – ao desembarcar na estação de trem da cidade de Venlo, no sudeste do país, quase na fronteira com a Alemanha.
“De 100 a 200 pessoas, todos os dias, chegam de trem e completam a viagem ao trabalho pedalando”, conta Edwin, um holandês de 43 anos, funcionário de uma loja especializada em vendas e consertos de bicicletas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Holanda é o único país da União Europeia que não tende a ver suas taxas de obesidade crescerem nos próximos 15 anos. Até 2030, a população obesa deve atingir meros 8,5% – na Irlanda, por exemplo, a taxa deve chegar a 50% E isso, acreditam muitos, se deve em parte ao hábito de pedalar.
Os holandeses pedalam mais do que qualquer outro povo na Europa. Em média, são 2,5 quilômetros por dia. Só que, dependendo do peso, é possível queimar apenas em torno de 60 calorias ao trafegar essa distância. E isso, portanto, não seria o único motivo para o resultado apontando pela OMS.
“Acho que é porque os holandeses não vão tão frequentemente ao McDonald’s ou ao Burger King”, diz Edwin. O que, no fim das contas, também não é verdade.
Juventude ainda permite batata frita e pouco exercício: Brenda (à esquerda) é um exemplo disso na Holanda

 Brenda, de 22 anos, é um bom exemplo:
“Não faço nada em especial. Não me exercito frequentemente, às vezes uma ou duas vezes por semana. E como muito McDonald’s ou fast-food, coisas que não são nada boas para a saúde”, admite ela, ainda numa idade em que o metabolismo é facilmente capaz de se opor à balança.
Alguns metros depois, Malou, de 54 anos, argumenta a respeito:
“Acho que os jovens comem muita batata frita e coisas do tipo. Mas acredito que depois dos 30, 40 anos, eles ficam mais atentos ao que estão comendo. Não é normal comer fast-food algumas vezes por semana. No meu caso, como batata frita uma vez por semana, talvez. Mas não mais do que isso”, diz, em meio a uma rua onde, em 100 metros, é possível encontrar quatro locais diferentes para comprar a iguaria.
E o que ela faz para se manter magra?
“Caminho muito. Não uso muito o carro. E, claro, também pedalo muito”, diz.
Mais que esporte, um hábito
Ao longo do Rio Meuse, Sjaak estaciona para uma rápida entrevista. Diz que, naquele momento, acabou de pedalar pelo menos 15 quilômetros. E que, diariamente, percorre entre 10 e 50 quilômetros de bicicleta. Isso aos 68 anos.
“Acho bastante normal”, diz, ao destacar que grande parte dos amigos, de faixa etária semelhante, costuma fazer o mesmo.
Na cidade de Venlo, no sul do país, Sjaak pedala entre 10 e 50 quilômetros todos os dias

 Paul, de 47 anos, dá um tempo na corrida e também concorda em ser entrevistado. Afirma que normalmente corre 15 quilômetros, quatro vezes por semana. Ou seja: 60 quilômetros ao todo, semanalmente.
Além disso, há o treino de futebol, que ocorre duas vezes por semana, e mais um jogo aos fins de semana, já que a corrida, hoje em dia, para Paul, não é de fato um exercício. O motivo de ele correr, naquele momento, era pelo fato de ter deixado ascooter em uma loja: ele decidiu voltar correndo para casa – 2,5 quilômetros.
Cientista confronta dados
Depois desses exemplos, é possível concluir que, na cabeça dos holandeses, a definição de exercício é diferente em termos de frequência e duração – pelo menos em comparação à maioria dos países.
No Instituto Scelta, especializado em pesquisa de alimentos saudáveis, o professor Fred Brouns, da Universidade de Maastricht, argumenta a favor do que havia sido observado nas ruas:
“Uma coisa é certa: os holandeses se movimentam muito. Se você olhar para fora, verá ciclistas em todos os lugares. A maioria das crianças vai à escola a pé ou de bicicleta. Essa é uma grande diferença em relação à maioria dos países europeus”, reforça.
Fred Brouns contesta os dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde: estatísticas estariam atrasadas
Outro fator que ajuda os holandeses é o governo, que luta contra os riscos à saúde em vários níveis, particularmente nas escolas e em áreas de menor renda.
“Não há efeito algum se você diz, na escola, para beberem água em vez de refrigerantes, mas, no lado de fora, o posto aonde as crianças vão nos intervalos, ter refrigerantes. Ou então na rua seguinte ter um McDonald’s, e todo mundo ir lá”, diz Brouns.
Ainda assim, ele diz que a obesidade é um grande desafio para a Holanda, pois acredita que o problema é maior do que o apresentado pela OMS – e pelo Fórum de Saúde Britânico, que confronta os dados do organismo.
“Fui informado de que os dados que eles usaram para a Holanda estão muitos anos atrasados, não são atuais, e que são, na verdade, baseados no que as pessoas pensam que têm comido”, argumenta Brouns.
Ainda assim, com estatísticas equivocadas ou não, os holandeses estão fazendo mais e melhor do que outros, principalmente em relação à União Europeia, que enfrenta uma crise de obesidade.
“A Organização Mundial da Saúde apresentou os dados como um alerta, por isso as pessoas e os países vão tomar atitudes e trabalhar contra o problema da obesidade, em vez de sentarem-se e esperarem o problema ir embora, porque isso não vai acontecer”, conclui o professor.

Estudo liderado pela McGill University (Montreal – Canadá) revela que, quando técnicas corretas são utilizadas, a produtividade do cultivo de orgânicos é igual à da agricultura extensiva (ou convencional).


O levantamento, que envolveu soja, tomate, trigo e outras espécies, propiciou uma comparação caso a caso.

A agricultura orgânica geralmente é associada a colheitas menores em comparação com a agricultura convencional, mas essa lacuna pode ser reduzida com a cuidadosa seleção de tipo de cultura, condições de cultivo e técnicas de gestão, de acordo com um novo estudo. 

A agricultura biológica tem sido apontada por seus defensores como um método ambientalmente mais sustentável de agricultura, e melhor para os consumidores pois contém menos substâncias químicas sintéticas. Mas sem os fertilizantes de alt teôr de nitrogênio e pesticidas, quase sempre utilizados na agricultura convencional, também menos eficiente. 

“O debate orgânicos versus convencional é muito emocional, muito aquecida, e não é realmente suficientemente baseado em evidências científicas”, afirmou Verena Seufert, geógrafa da Universidade McGill, em Montreal, e principal autora do estudo publicado on-line quarta-feira pela revista Nature . 

Para poder analisar os dados com firmeza, Seufert e seus colegas coletaram 66 trabalhos publicados que comparam rendimentos orgânicos e convencionais entre 34 espécies de culturas, incluindo trigo, tomate e soja. Eles se concentraram em estudos que testaram os sistemas que eram verdadeiramente orgânicos em crescimento – o que significa que o roteio de culturas era feito, para permitir que os nutrientes do solo fossem reabastecidos, tenham utilizado fertilizantes orgânicos e empregados insetos [no controle biológico], em vez de produtos químicos para manter as pragas longe das plantas. Ao todo, a análise incluiu 316 comparações lado-a-lado. 

No geral, a equipe descobriu que os rendimentos provenientes da agricultura biológica em países desenvolvidos foram 20% menores do que quando os agricultores usaram métodos convencionais. Quando os pesquisadores expandiram a análise para incluir os países em desenvolvimento, a diferença aumentou para 25%. 

À primeira vista, a maioria dos agricultores consideram o resultado inaceitável, disse Michel Cavigelli, um cientista de solos do Departamento de Agricultura dos EUA em Beltsville, Md., que não esteve envolvido no estudo. Mas depois de considerar que muito mais pesquisas tem sido realizadas para a agricultura convencional em comparação com a dos orgânicos, acrescentou, os resultados são impressionantes. 

“Há um grande potencial aqui com a agricultura orgânica”, disse Cavigelli. “Precisamos melhorar os sistemas.” 

Na verdade, nos casos em que os produtores utilizaram técnicas que são consideradas as melhores práticas para a agricultura biológica, a diferença entre os rendimentos orgânicos e convencionais diminuiu para 13%. 

“Se você fizer as coisas bem, como você pode, em seguida, a diferença de rendimento é muito pequeno”, disse Cavigelli. 

O rendimento em algumas das culturas não sofreu muito, seguindo práticas orgânicas, segundo o estudo. Frutas orgânicas, tais como morangos e maçãs viu apenas uma diferença de 3% e as oleaginosas apenas 11% atrás de seus colegas cultivados convencionalmente. Os rendimentos para os cereais orgânicos, no entanto, foram 26% mais baixos, e os vegetais orgânicos ficaram para trás em 33%. 

O nitrogênio normalmente não pode ser absorvido pelas plantas até que seja processado pelos micróbios do solo. Para plantas de crescimento rápido e de outras culturas, isto pode ser um problema – geralmente corrigido com a adição de fertilizantes químicos. 

Legumes, no entanto, podem extrair grande parte do nitrogênio de que necessitam do ar, e as plantas perenes crescem mais devagar e podem ficar acompanhar a liberação gradual de nitrogênio. Assim, os rendimentos para estes tipos de culturas – incluindo soja e árvores frutíferas – era apenas 5% menor quando cultivados organicamente, em vez de convencionalmente, os pesquisadores relataram. 

Para resolver a questão de qual sistema é melhor, os resultados não fornecem uma resposta tipo “preto-no-branco”, disse Cavigelli. Defensores dos orgânicos irão, com certeza ficar decepcionados com o tamanho da diferença global, e muitos agricultores convencionais ainda não verão a praticidade de renunciar aos fertilizantes químicos e pesticidas. 

John Reganold, um agroecologist Washington State University que não esteve envolvido no estudo, concordou. 

“As pessoas pensam que os orgânicos não vão alimentar o mundo”, disse Reganold, cuja investigação descobriu que morangos cultivados organicamente contêm mais nutrientes do que os seus homólogos cultivados convencionalmente. “Bem, adivinhem? Nenhum sistema de agricultura vai alimentar o planeta. Somente uma mistura dos dois poderá nos garantir a segurança alimentar global.” 

Tradução livre do artigo escrito por Amina Khan, para o Los Angeles Times.

Relatório mundial sobre bioenergia e sustentabilidade, coordenado por cientistas brasileiros, diz que não há falta de terras no planeta para a produção de bioenergia. O estudo, desenvolvido por 137 especialistas de 24 países, mostra também que a expansão de áreas destinadas a fontes de energia renováveis não coloca em risco a produção de alimentos – pelo contrário, pode ajudar a desenvolver a agricultura. 

O trabalho, que teve seu segundo lançamento hoje (11), foi coordenado por cientistas ligados aos programas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), teve apoio da própria fundação e do Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope, na sigla em inglês), agência intergovernamental responsável pela iniciativa, associada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Foi a primeira vez, em 72 edições, que o Brasil coordenou as pequisas. 

O estudo concluiu que existe terra suficiente no mundo para uma contribuição significativa de bioenergia em uma matriz energética mundial sustentável. Ressalva também que essa contribuição pode chegar a ser um quarto da energia utilizada no mundo em 2050, disse a coordenadora-geral da pesquisa, Glaucia Mendes Souza, da Fapesp. Hoje, a participação da bioenergia é de aproximadamente 10% na matriz energética mundial. 

De acordo com a pesquisa, entre as regiões em que há mais terras para desenvolvimento da bioenergia estão a África e a América do Sul. “O Brasil tem um papel enorme para produção de biomassa, e é uma grande oportunidade para a gente. Temos que desenvolver aqui as tecnologias para modificar a biomassa, para que ela possa gerar todos esses produtos de uma maneira sustentável”, destacou Glaucia. 

Segundo o estudo, a expansão de áreas destinadas a fontes de energia renováveis não colocará em risco a produção de alimentos. Não existe nenhuma evidência de que tenha acontecido substituição de alimentos na agricultura pela produção de bioenergia no mundo, segundo a pesquisadora. O maior problema da fome, segundo ela, “é falta de dinheiro para comprar comida. Não é falta de comida”. 

A pesquisa completa, denominada Bioenergy & Sustainability, pode ser encontrada no endereço http://bioenfapesp.org/scopebioenergy/index.php/chapters (em inglês). 

Por Bruno Bocchini/Agência Brasil

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