©AFP/Arquivo / Michael Kappeler
Geleiras na Groenlândia: os autores dividiram o processo de degelo em três períodos: de 1900 a 1983, de 1983 a 2003, e uma última etapa de 2003 a 2010

Da EFE

Um grupo de pesquisadores advertiu que a Groenlândia perdeu entre 2003 e 2010 sua camada de gelo a um ritmo duas vezes maior do que ao longo de todo o século XX.

A equipe, liderada por Kurt Kjaer, da Universidade de Copenhague (Dinamarca), analisou fotografias aéreas dos anos 80 para calcular a perda de gelo na região.

A pesquisa, publicada nesta quarta-feira na revista "Nature", revelou que muitas das áreas que atualmente estão derretendo são as mesmas que experimentaram um grande degelo durante o século passado.

Os dados registrados sobre o tema até 1990 são limitados e as únicas estimativas se baseiam em desenhos empíricos e no balanço de energia.

O período examinado compreendeu de 1900, quando a camada começou diminuir de sua extensão máxima durante a onda de frio da Pequena Idade do Gelo (1300-1850, aproximadamente), até 2010.

Com isso, os pesquisadores criaram um mapa preciso de alta resolução com as características geomorfológicas da superfície gelada do final do século XIX.

Os autores dividiram o processo de degelo em três períodos: de 1900 a 1983, de 1983 a 2003, e uma última etapa de 2003 a 2010.

Durante o período compreendido entre 1900 e 1983, eles perceberam uma grande diminuição das geleiras na região noroeste da Groenlândia e ao longo da costa sudeste, que representam 78% da perda total.

Entre 1983 e 2003, 83% da perda total de massa aconteceu nas mesmas regiões.

De acordo com os cientistas, o recente aumento do degelo da Groenlândia e seu efeito sobre a alta do nível do mar não aconteciam desde a Pequena Idade do Gelo.

Além disso, afirmaram que é provável que ambos os processos continuem no futuro e que estes resultados podem ajudar a prever o aumento mundial do nível do mar.