09/17/19

Para cientistas, plantar se provou a melhor solução para o aquecimento global
Segundo novo estudo, árvores ainda podem — e devem — ser plantadas no mundo. (Johannes Plenio/Pixabay)

Foi publicado na última edição da revista científica Science o estudo mais abrangente até agora em relação à prática do reflorestamento. A pesquisa, realizada por cientistas do laboratório Crowther, da Suíça, foi a primeira a quantificar quantas árvores a Terra consegue suportar, além de estipular onde seria melhor plantá-las e de estimar quanto dióxido de carbono essas plantas poderiam armazenar.

De acordo com os resultados obtidos, cerca de 25% dos níveis de carbono da atmosfera seria retirado do ar se o reflorestamento atingisse seu ápice. A última vez em que esses níveis foram registrados no planeta já faz quase um século — desde então, os números são crescentes.

O plantio é uma ótima forma de diminuir os níveis de gás carbônico de um ambiente, uma vez que, durante o processo de fotossíntese, elas “puxam”o CO2 do ar. O gás é responsável por grande parte do aquecimento global e das demais mudanças climáticas, e sua presença em excesso pode ser muito danosa à natureza.

Por meio da análise de quase 80 mil florestas e das imagens disponíveis no Google Earth, os pesquisadores geraram um modelo que prevê a potencial cobertura verde que as plantas proporcionariam ao planeta — o chamado ápice do reflorestamento.

A conclusão foi de que a Terra conseguiria suportar 900 milhões de hectares de árvores, as quais, quando maduras, sequestrariam cerca de dois terços de todo o carbono emitido pela atividade humana. Grande parte da capacidade de suportar essas novas árvores está concentrada em seis países: Rússia, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Brasil e China.

Segundo os cientistas, o estudo claramente comprova que o reflorestamento é atualmente a melhor solução para reverter as mudanças climáticas. No entanto, as ações devem ser urgentes. Segundo o artigo, a extensão das áreas em que o reflorestamento é possível depende diretamente do clima e da temperatura. Assim, se até 2050 a temperatura global subir “apenas” 1,5°C (que é o objetivo atual das grandes nações), o território disponível para o replantio seria 20% menor do que o de hoje.

Por: Sabrina Brito
Fonte: Veja

Wallace-Wells afirmou que as queimadas são uma das principais consequências das mudanças climáticas (David McNew/Getty Images)

David Wallace-Wells conversou com a revista VEJA sobre os perigos e os impactos do aquecimento global

Não é difícil coletar evidências de que a Terra está passando por um severo aquecimento global. Enquanto a Europa atravessa uma das mais intensas ondas de calor de sua história, agravada pela ação humana, países como o Brasil e os Estados Unidos discutem a necessidade de políticas que protegem o meio ambiente. Temas relacionados ao estado da natureza estão cada vez mais em debate.

No último mês, o jornalista norte-americano David Wallace-Wells, editor da New York Magazine, lançou o livro “A terra inabitável: Uma história do futuro“, onde explora a extensão dos danos ao meio ambiente e a urgência de se agir em prol da natureza como forma de tentar minimizar uma verdadeira catástrofe climática. O livro se tornou best-seller na lista do New York Times. Em conversa com VEJA, o autor discorreu sobre o assunto e opinou sobre a importância do tema.

De acordo com Wallace-Wells, o homem ignorou a mudança climática por tempo demais. Parte disso, diz ele, se deve à ação da imprensa, que tende a comentar o tópico de modo excessivamente otimista, dando ao público uma ideia errônea da severidade do problema. Segundo o autor, cabe à mídia mudar esse tipo de comportamento. “O principal é que a imprensa simplesmente conte a verdade sobre o que está acontecendo ao meio ambiente. Durante muito tempo, jornalistas relutaram em falar sobre o clima porque achavam o assunto entediante, pensavam que o público não estaria interessado. Mas é nosso trabalho contar toda essa história honestamente”, afirma.

David acredita que haja muitos outros motivos por trás da demora em encararmos os fatos. Para ele, a novidade do assunto tem um papel importante nesse aspecto. “A mudança climática ainda é algo relativamente recente. Os primeiros avisos sobre o aquecimento começaram a ser feitos no fim da década de 80. Uma verdadeira mudança de perspectiva pode demorar mais do que 40 anos para se infiltrar em nossos pensamentos e hábitos”, opina.

Ainda assim, as coisas podem estar prestes a se transformar. De acordo com o jornalista, tudo está se alterando muito rapidamente. “Desde 1980, já fizemos mais dano à atmosfera do que em qualquer época antes disso”, informa. “Acho que os políticos estão começando a perceber que os efeitos da mudança climática não virão apenas a longo prazo. Espero que nossos líderes se atentem a isso.” 

Por: Sabrina Brito
Fonte: veja

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