janeiro 2020

O outono passado trouxe eventos catastróficos na Austrália que ainda precisam ser controlados. Ao longo de vários meses, mais de 100 incêndios ocorreram no país. No início de dezembro, os incêndios na região de New South Wales, na Austrália, já haviam queimado uma área de aproximadamente 10.000 quilômetros quadrados.

Hoje, os incêndios florestais são tão ruins que os satélites do espaço podem facilmente detectar as chamas e a fumaça provenientes das terras australianas. Agora, os astronautas começaram a rastreá-los a partir da Estação Espacial Internacional.

Centenas de incêndios em vários estados do país já geraram fumaça o suficiente para viajar quase 12 quilômetros para o Chile - agências de notícias relataram que geralmente o céu sem nuvens no centro do Chile ficava nebuloso.

Somente em Nova Gales do Sul, o incêndio reivindicou mais de 1.500 casas e quase cinco milhões de hectares de terra. A crise já tirou a vida de 20 pessoas e a vida de incontáveis ​​animais. Além disso, o Centro de Vôo Espacial Nasa Goddard relata que "o enorme pulso de CO2 dos incêndios foi equivalente a quase metade da pegada anual de gases de efeito estufa da Austrália".

O satélite Himawari-8 fotografa a parte ocidental da Terra uma vez a cada 10 minutos
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Os incêndios da Austrália e suas plumas de fumaça agora são facilmente visíveis do espaço
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Após uma seca anormalmente longa e expansiva, os incêndios se espalharam por vastas áreas do país
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

É difícil entender o alcance devastador dos incêndios
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

A fumaça agora é do tamanho de metade da Europa
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

E está viajando ainda mais, enevoando os céus na Nova Zelândia e no Chile
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Em 6 de janeiro, 69 dos 136 incêndios em New South Wales ainda não estavam contidos
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Cerca de 23.000 milhas quadradas da Austrália foram queimadas
Créditos da imagem: NASA Earth Observatory

Esta visão de satélite do incêndio em Bateman Bay, na Austrália, foi capturada na véspera de Ano Novo
Créditos da imagem: RAMMB/CIRA/CSU

E esta é a visão por satélite Himawari-8 dos incêndios florestais e nuvens de fumaça em 2 de janeiro
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Aqui está uma visão no infravermelho próximo dos pontos quentes do leste da Austrália, em 7 de novembro
Créditos da imagem: RAMMB/CIRA/CSU

Esta é uma comparação da mesma área em julho de 2019 e janeiro de 2020
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Mais informações: Twitter | Space

Mais de cem mil pessoas recebem ordem para deixar suas casas e governo diz que 'piores previsões estão se concretizando'; australianos vivenciam rotina de comoção, medo e tristeza
Cangurus em um campo em meio à fumaça de um incêndio florestal em Snowy Valley, nos arredores de Cooma, Foto: SAEED KHAN / AFP

SYDNEY - O céu escureceu e choveu cinzas neste sábado, no sudeste da Austrália, devorado por incêndios violentos, que expulsaram dezenas de milhares de pessoas de suas casas e ameaçaram cortes de energia em cidades como Sydney. O governo anunciou que subiu para 23 número de mortos desde o início da temporada de fogos.

O dia foi marcado por novas temperaturas recorde, acima de 40°C, e ventos fortes, que abrangem as centenas de incêndios florestais que devoram o país há quatro meses. A maioria dos focos está fora de controle.

A primeira-ministra de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, alertou que as piores previsões para este sábado "estão se concretizando".

Sydney atingiu temperaturas recorde no sábado, com 48,9°C registrado em Penrith, um subúrbio ocidental da cidade.

As autoridades alertaram que pode haver cortes no fornecimento de energia na maior cidade da Austrália, pois o incêndio destruiu as linhas de transmissão de energia. Por isso, pediram aos habitantes que reduzissem o consumo de energia.

Em Canberra, o termômetro subiu para 44°C, um número também sem precedentes, segundo um porta-voz dos serviços meteorológicos australianos.

No sudeste do país, a região mais populosa, foi declarado o estado de emergência. Na sexta-feira, foi dada a ordem de evacuação a mais de 100 mil pessoas de três estados.

O primeiro-ministro Scott Morrison convocou três mil reservistas militares no sábado para atuar no país, numa mobilização sem precedentes. Desde o início da temporada de incêndios em setembro, pelo menos 23 pessoas morreram, segundo ele.

Outras dezenas estão desaparecidas e mais de 1.300 casas foram reduzidas a cinzas. Uma área equivalente ao dobro do território de Bélgica queimou.

'Refugiados no próprio país'
Em meio a esse cenário, milhares de australianos que precisaram deixar suas casas estão abrigados em acampamentos improvisados em campos de golfe ou praias, vivendo uma rotina como de refugiados em seu próprio território.

Nos campos de golfe, nos terrenos de críquete ou nas áreas de jogo – qualquer espaço onde haja poucos arbustos –, os australianos se concentram para se proteger dos violentos incêndios.

É o caso do Catalina Country Club em Batemans Bay, em Nova Gales do Sul, onde caravanas, carros antigos, pick-ups e tendas compartilham o espaço, enquanto o restaurante do clube foi convertido num centro de evacuação.

Pilhas de comida, roupa e água, vindos de doações, se acumulam pelos cantos. Diante desse cenário, os recém-chegados comentam, com ironia, que são como refugiados.os.

Mesmo para um país acostumado a enfrentar grandes incêndios e que se diz orgulhoso de sua capacidade em resistir a condições extremas, essas últimas semanas foram brutais.

Os incêndios gigantescos escureceram o céu e cidades inteiras ficaram cobertas por camadas de fumaça asfixiante. As nuvens escuras alcançaram áreas da Nova Zelândia e da Nova Caledônia.

As imagens de famílias devastadas no mar para fugir das chamas causaram comoção. Para muitos, o futuro é incerto. Eles não sabem se suas casas ainda estão de pé, quando poderão voltar e, sobretudo, quando essa catástrofe terminará, com todo o tempo que ainda resta para o fim do verão.

Narelle Coady, de 54 anos, se refugiou em Batemans Bay Beach, no sábado, quando sua casa foi ameaçada pelas chamas pela segunda vez em cinco dias.

- Resistimos na terça-feira, mas foi muito assustador - disse ele à AFP. - Foi muito ruim, não conseguia respirar. Não havia oxigênio. Foi horrível.

A dona de um motel em Batemans Bay, Justine Donald, 40, decidiu deixar sua casa na véspera do Ano Novo. Segundo ela, a situação parecia "o fim do mundo".

- A cidade estava escura. Tudo era preto, laranja e (o ar) era tão denso que você não conseguia respirar. Estava com tanto medo de perder minha vida que nem penso nos meus pertences agora. É assustador - descreveu, em lágrimas. - O mais importante para mim é estar viva e estarmos todos seguros. Se isso acontecer novamente, precisarei de uma boa garrafa de vinho e ficarei dentro de casa com toalhas debaixo das portas, porque não voltarei a sair por aí.

Mick Cummins, 57, também deixou sua casa na véspera de Ano Novo, quando incêndios devoraram a costa leste.

- Um incêndio infernal veio da colina - explica ele. - Estávamos sentados lá e vimos uma explosão após a outra. O clube de boliche queimava, as casas na rua queimavam. Os incêndios em 1994 foram devastadores, mas, em comparação com este ano, foram 'apenas um churrasco'.

- Vamos ficar aqui até podermos voltar para casa - disse sua esposa Ulla. - Estão dizendo que, provavelmente, não teremos eletricidade até a próxima semana. E, sem eletricidade, não temos telefone. Estamos presos.

No sábado, as autoridades alertaram que em Sydney, a maior cidade do país, poderia haver problemas no fornecimento de eletricidade, e pediram aos habitantes que reduzissem o consumo de eletricidade.

Fonte: O globo

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