maio 2020

Nova formatação do Campo magnético na América do Sul, segundo a ESAImagem: Divulgação/Agência Espacial Europeia

O campo magnético da Terra está gradualmente se enfraquecendo na área que se estende da América do Sul até a África, segundo estudo feito por meio do satélite Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA). Esse comportamento deixou os geofísicos intrigados e chega a causar distúrbios técnicos nos satélites que orbitam a região.

Conhecido como "Anomalia do Atlântico", o local intriga os cientistas há anos. Mas, os novos dados coletados pelo Swarm apontam que o campo magnético da região está se dividindo em dois núcleos. O fenômeno, segundo os cientistas, está relacionado à queda na força do campo magnético global, que reduziu cerca de 9% nos últimos 200 anos.


De acordo com a Agência Espacial Europeia, o campo magnético na área entre a América do Sul e a África caiu de cerca de 24 mil nanoteslas para 22 mil nanoteslas de 1970 até 2020. Nesse mesmo período, a área da Anomalia do Atlântico cresceu e se moveu para o oeste a um ritmo de cerca de 20 km por ano.

"Nos últimos cinco anos, um segundo centro de intensidade mínima surgiu no sudoeste da África —indicando que a anomalia do Atlântico Sul poderia se dividir em duas células separadas", diz o estudo. Alguns cientistas acreditam que essa alteração é provocada pelo vasto reservatório de rocha densa sob a África.

"O novo mínimo oriental da Anomalia do Atlântico Sul apareceu na última década e nos últimos anos está se desenvolvendo vigorosamente. (...) O desafio agora é entender os processos no núcleo da Terra que impulsionam essas mudanças", afirmou à Agência Espacial Europeia Jürgen Matzka, do Centro Alemão de Pesquisa em Geociência.

O que pode ocorrer?
O estudo da Agência Espacial Europeia aponta que a alteração não apresenta motivo para alarde. A especulação entre os cientistas é que o atual enfraquecimento do campo magnético é um sinal de que a Terra está caminhando para uma inversão de pólo iminente, ou seja, os pólos magnéticos norte e sul devem trocar de lugar.

De acordo com os cientistas, esse evento ocorreu muitas vezes na história do planeta, com a inversão ocorrendo, em média, a cada 250 mil anos. Segundo a agência europeia, a queda de intensidade no Atlântico Sul que ocorre agora está dentro do que é considerado "níveis normais de flutuações".

Apesar disso, as implicações dessa mudança são pouco claras para os cientistas. O campo magnético da Terra é visualizado como um poderoso imã no centro do planeta, inclinado em torno de 11° em relação ao eixo de rotação.

De acordo com o estudo, o crescimento da anomalia do Atlântico Sul indica que os processos envolvidos na geração do campo magnético são mais complexos do que o entendimento atual, já que os modelos dipolares simples são incapazes de explicar o desenvolvimento recente.

Risco para satélites
O estudo divulgado pela Agência Espacial Europeia aponta que a anomalia não oferece grandes ameaças para a humanidade. Mas, pode interferir no funcionamento dos satélites.

"Satélites e outras naves espaciais que voam pela área são mais propensos a sofrer avarias técnicas, pois o campo magnético é mais fraco nessa região, de modo que as partículas carregadas podem penetrar nas altitudes dos satélites de órbita baixa da Terra", afirma o estudo.

Fonte: Uol
Felipe Oliveira
Colaboração para Tilt

© Foto / Pixabay / That_Soham

O fenômeno quase passou despercebido, já que se trata de um processo lento que ocorre a uma grande profundidade sob a água. No entanto, dois terremotos ocorridos em 2012 em um estranho local serviram de alerta.

Uma placa tectônica gigante que existe sob o oceano Índico está se partindo lentamente em dois, indica um estudo publicado pela Geophysical Research Letters.

Em termos geológicos, falta muito pouco tempo para que a placa seja totalmente dividida, porém para os humanos isto pode significar uma eternidade.

Acredita-se que a placa conhecida como placa Índia-Austrália-Capricórnio está se separando a uma velocidade de 1,7 milímetros ao ano. Isto significa que deverão passar 600 mil anos para que a separação seja de um quilômetro.
"Não é uma estrutura que se move rápido, porém segue sendo significativa em comparação com outros limites planetários", afirmou à Live Science a coautora do estudo Aurélie Coudurier-Curveur, pesquisadora principal de geociências marinhas do Instituto de Física do Globo de Paris.

A falha do mar Morto, no Oriente Médio, move-se aproximadamente 0,4 centímetros ao ano, enquanto a falha de San Andrés, na Califórnia, se move quase 10 vezes mais rápidowhats
, aproximadamente 1,8 centímetro anual.

O fenômeno quase passou despercebido, já que se trata de um processo lento que ocorre a uma grande profundidade sob a água. No entanto, dois terremotos ocorridos em 2012 em um estranho local serviram de alerta.

Vista de geoglifo gigante na Austrália.

Os terremotos ocorreram em um local incomum, no meio da placa e não onde uma placa tectônica desliza para debaixo de outra, como habitualmente. Estes dois terremotos e outras pistas geológicas serviram para indicar o desenvolvimento de uma deformação nas profundezas da terra.

"É como um quebra-cabeças. Não é uma placa uniforme. Há três placas que estão, mais ou menos, unidas e se movem na mesma direção", explicou Coudurier-Curveur, ao citar que a deformação não foi algo tão inesperado.

De acordo com os cientistas, devido ao movimento lento, provavelmente deverão passar aproximadamente 20.000 anos antes que outro forte terremoto ocorra, enquanto o processo completo do rompimento levará dezenas de milhões de anos.

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