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Najin (à esquerda) acompanhada da filha Fatu, as duas últimas fêmeas de rinocerontes-brancos do mundo

Consideradas em “extinção funcional”, as fêmeas Najin e Fatu são as últimas representantes dos rinocerontes-brancos no mundo. Respectivamente mãe e filha, as duas abadas são filha e neta do último macho da espécie, Sudão, sacrificado no Quênia, em 2018, por conta de uma grave infecção.

Criadas na reserva natural queniana de Ol Pejeta — onde Sudão foi cuidado desde 2009 até morrer —, Najin e Fatu são os últimos exemplares de rinocerontes-brancos por duas razões principais: a caça predatória e a perda de habitat.

Como explica reportagem doNew York Times, os chifres dos rinocerontes eram cobiçados por todos os tipos de motivos. Desde para uso como troféus até para servirem como matéria-prima para cabos decorativos de adagas iemenitas.

Além disso, também são um popular ingrediente da medicina tradicional chinesa, cujos praticantes acreditam deter o poder de resfriar o sangue, aliviar dores de cabeça, interromper vômitos, curar picadas de cobra e muito mais.

Já em relação à perda de habitat, shoppings, campos de futebol, fazendas, rodovias e fábricas também são perigosas e violentas armas contra a sobrevivência desses robustos animais selvagens, que precisam de grandes espaços para viver e se reproduzir.

Zacharia Mutai, zelador-chefe de rinocerontes na conservação de Ol Pejeta no Quênia, com Najin

Juntos, esses fatores resultaram em uma perda descomunal de rinocerontes.O rinoceronte de Javan, por exemplo, que antes perambulava por todo o sudeste da Ásia, agora está confinado a um único parque nacional na Indonésia, com uma população de 74 animais.

Já o rinoceronte de Sumatra também se aproxima de um número preocupante de exemplares restantes; já são menos de 80 no total. No entanto, nenhum rinoceronte está pior do que o branco do norte.

Seu habitat nativo, na África Central, foi devastado por guerras civis no final do século 20, o que tornou a conservação basicamente impossível.

Na década de 1970, uma população de milhares foi reduzida para apenas 700. Em meados da década de 1980, apenas 15 brancos do norte permaneciam na selva. Em 2006, esse número era quatro, e eles parecem ter desaparecido em 2008, quase certamente vítimas de caçadores furtivos.

Mutai com Fatu enquanto Najin está atrás deles

Em 2009, os únicos rinocerontes brancos do norte restantes (Sudão, Suni, Najin e Fatu) foram levados de volta à África para uma unidade de conservação da vida selvagem no Quênia. Foi uma esperança de que o continente nativo pudesse produzir um milagre. Mas, infelizmente, isso não aconteceu. Suni morreu, depois o Sudão.

Hoje, os rinocerontes brancos do norte parecem perfeitamente em casa em Ol Pejeta, onde todos se referem a elas, afetuosamente, como “as meninas”. Elas vivem em um estado de selvageria supervisionada, com uma rotina diária cheia de pequenos rituais e prazeres.

Fotos: Jack Davison / The New York Times

Estima-se que, ao longo de um ano, cada pessoa tenha ingerido algo entre 74 mil e 121 mil micropartículas de plástico

Cerveja: não há consenso sobre como as fibras plásticas têm afetado a vida humana (Jon Hicks/Getty Images)

Não há como escapar. Está no ar, no açúcar, no sal, na água de torneira, na cerveja gelada. A presença de micropartículas de plástico já faz parte do cotidiano de qualquer cidadão do mundo. Estima-se que, ao longo de um ano, cada pessoa tenha ingerido algo entre 74 mil e 121 mil partículas desse material.

Em agosto do ano passado, a Organização Mundial da Saúde divulgou o relatório Microplastics in drinking-water (Microplásticos na água potável), no qual analisa mais de 50 estudos sobre a presença de partículas e fibras plásticas em águas naturais, potáveis e de esgoto. O objetivo do relatório era avaliar os riscos à saúde.

Por enquanto, não há consenso sobre como esse material tem afetado a vida humana. Partículas acima de 150 micrômetros são facilmente excretadas pelo organismo e, assim, não representariam grande risco à saúde. O que se sabe é que temos consumido essas micropartículas por meio de ingestão e inalação. E comer plástico não parece a melhor das ideias.

Entre os dados consolidados pela organização Oceana estão resultados de uma pesquisa feita no ano passado por cientistas do Departamento de Biologia da Universidade de Victoria, no Canadá, que analisou as quantidades dessas partículas e diversos produtos e substâncias. A água engarrafada aparece no topo da lista daqueles que apresentaram maior presença de microplástico, seguida por cerveja, ar, água de torneira, frutos do mar, açúcar e sal.

Um estudo da Divisão de Gastroenterologia e Hepatologia da Universidade de Medicina de Viena, na Áustria, encontrou partículas de microplásticos em fezes humanas em indivíduos em oito países: Finlândia, Itália, Japão, Holanda, Polônia, Rússia, Reino Unido e Áustria.

“Todos eles tinham tido contato com comida embalada por plástico e seis haviam comido peixes e frutos do mar durante o período de observação do experimento. Cerca de 95% das fezes continham 20 partículas de microplástico a cada 10 gramas”, afirma o relatório.
Animais

Os dados sobre os prejuízos à vida marinha são bem mais visíveis. Entre 2015 e 2019, foram feitas 29.010 necropsias de aves, répteis e mamíferos marinhos encontrados nas praias das regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Desse total, 3.725 animais, entre golfinhos, baleias, aves e répteis, tinham ingerido detritos plásticos. Treze por cento deles tiveram a morte diretamente associada ao consumo desses materiais.

A projeção é que existam, pelo menos, 5 trilhões de pedaços de plásticos nos mares. A maior parte desse material está dispersa e é formada por pedaços pequenos demais (até 1 milímetro) para ser coletados por limpezas de praia ou em alto-mar. O material leva centenas de anos para se decompor.

Fonte: Exame

Governo diz temer que mutação possa escapar da resposta imunológica produzida pelas vacinas em testes ou por uma infecção prévia


Desde o início da pandemia, uma espécie de animais se mostrou mais suscetível ao contágio e transmissão do Sars-Cov-2, o vírus causador da Covid-19: os visons, normalmente criados para extração da pele. Agora, a Dinamarca se viu com um problema grande, quando uma nova mutação do vírus ligada aos animais infectou 12 pessoas no norte do país.

Após a detecção da mutação, o governo dinamarquês se prepara para tomar medidas drásticas e abater toda a população de visons nas fazendas do país, estimada entre 15 milhões e 17 milhões, para tentar conter o problema. Foram detectados cinco animais com a nova mutação.

Mutações de vírus são uma parte natural de sua biologia, e não necessariamente representam um perigo maior ou menor para quem é infectado. No entanto, Mette Frederiksen, primeiro-ministro dinamarquês, diz que neste caso, as autoridades de saúde acreditam que a nova variação pode ter uma menor sensitividade aos anticorpos produzidos contra versões mais antigas do vírus, como relata a agência Reuters.

Na prática, isso significaria que uma pessoa que tenha sido infectada poderia estar mais suscetível a uma reinfecção. Isso também poderia atrapalhar os esforços globais para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19.

Até o momento, todas as mutações detectadas do Sars-Cov-2 não afetam especificamente a forma como o vírus interage com os anticorpos, já que não afetaram significativamente a proteína S (ou “spike”) utilizada para ligar-se aos receptores celulares e invadir as células e que são atacadas pela resposta imunológica do organismo. Recentemente, no entanto, foi detectada uma mutação na proteína, mas que também não parece ser especificamente na área atacada pelos anticorpos e não deve ser relevante o suficiente para atrasar uma vacina.

Independentemente da mutação, os visons têm se mostrado um problema no mundo inteiro pela sua suscetibilidade ao coronavírus, com surtos em fazendas relatados na Holanda, na Espanha, nos Estados Unidos e, agora, na Dinamarca, onde o Ministério da Saúde local já identificou que metade dos 783 casos de Covid-19 no norte do país são ligados ao animal.

Gases emitidos pelo gado respondem por 50% do efeito estufa; pesquisador passou oito anos estudando as enzimas dos animais

Processo de ruminação e emissão de pum do gado responde por metade dos gases do efeito estufa (Tony C French/Exame)

Depois de oito anos de pesquisa, o cientista Mark van-Nieuwland, da multinacional holandesa DSM, de nutrição animal e humana, conseguiu criar uma molécula que diminui em 30% a emissão de gases das vacas e bois. O pesquisador passou um bom tempo testando algumas moléculas, naturalmente presentes no organismo do gado, que se ligam a enzimas que produzem a flatulência do gado.

Os 1,5 milhão de vacas e bois do planeta produzem, por dia, mais de 30 milhões de toneladas de dióxido de carbono, que correspondem à metade das emissões de gases de efeito estufa no mundo. “Cada vez mais os consumidores valorizam a carne que foi produzida com menos poluentes e não agride tanto o meio ambiente”, disse o cientista em entrevista.

Os estudos de van-Nieuwland começaram com as moléculas que se ligam a enzimas que só existem no gado e provocam a grande quantidade de puns que os animais produzem. Ele acreditou que haveria uma forma de diminuir o poder dessas enzimas. “Elas não só contribuem para a poluição do meio ambiente como tiram energia do rebanho, que gasta um bom tempo sofrendo com a flatulência”, diz. “Isso é algo que não é agradável nem para nós, seres humanos, nem para as vacas”.

Após uma longa série de testes em laboratório, van-Niewland chegou à conclusão que, ao unir duas moléculas que são importantes no processo de emissão de puns, seria possível reduzir a produção de gases. A partir daí, seguiram-se mais alguns anos de trabalho intenso. Finalmente, o cientista conseguir criar uma nova molécula. A substância exerce um papel importante no processo de desativação de algumas enzimas que são responsáveis pela produção de gases.

O processo continuará a ser aprimorado. “A ideia é que as vacas possam emitir até 70% menos de puns e ajudar ainda mais a diminuir o efeito estufa”, diz o cientista. A nova substância deverá ser acrescentada à ração dos animais. A empresa só aguarda a liberação do produto pela União Europeia e o Ministério da Agricultura no Brasil. “Até o início de 2021, todo esse trâmite deverá estar concluído”, diz van-Niewland. “Estamos caminhando para diminuir os gases do efeito estufa de forma inteligente”.

O lançamento deve chegar em um momento em que o agronegócio brasileiro dá saltos significativos de produtividade e vive o melhor ano de sua história, com excelentes resultados também nas exportações. A expectativa é que a atividade gere 728,6 bilhões de reais este ano, um crescimento de 2,5% em relação a 2019, enquanto outros setores da economia patinam na crise do coronavírus. O agronegócio deverá representar 24% do PIB brasileiro este ano.

“Novidades como a substância que reduz os gases das vacas deverão ser importantes para impulsionar ainda mais as vendas externas de carne do Brasil”, diz Maurício Adade, presidente da DSM para a América Latina.

Fonte: Exame

Uma operadora de turismo independente e familiar (
The Latin America Travel Company), com sede em Londres, especializada em viagens de luxo para a América Latina resolve criar uma série de fotos mostrando os efeitos prejudiciais que as mudanças climáticas terão em alguns dos pontos turísticos mais amados do mundo, e o resultado desta simulação é de assustar, O que reforça ainda mais a importância da preocupação de cada um de nós em deixar um planeta melhor para nossos descendentes. 

Confira nas imagens a seguir o resultado da simulação.

Estátua da Liberdade, Nova York - Agora
A visão que todos associamos aos EUA. Assim os visitantes de Nova York vêm a Estátua da Liberdade.

Estátua da Liberdade, Nova York - Futuro
O aumento do nível da água engolfará cidades ao redor do mundo, deixando a Estátua da Liberdade de 93m quase invisível acima da água.

Grande Barreira de Corais, Austrália - Agora
A bela Grande Barreira de Corais é uma variedade mágica de vida e cor, Os mergulhadores que visitam a Austrália adoram explorar.

Grande Barreira de Corais, Austrália - Futuro
Temperaturas mais quentes, poluição dos oceanos e branqueamento de corais matarão toda a vibrante vida marinha que ilumina a barreira de corais.

Floresta Amazônica, Brasil - Agora
Um dos lugares mais emblemáticos do mundo, as pessoas viajam para o Brasil para se maravilhar com a beleza da Floresta Amazônica.

Floresta Amazônica, Brasil - Futuro
O desmatamento já é uma enorme ameaça para esta paisagem natural e, eventualmente, deixará a área vazia - matando toda a vida selvagem que vive lá.

Antártica - Agora
Um pouco mística, assim a Antártica é conhecida, como uma bela paisagem branca que todos sonhamos em explorar.

Antártica - Futuro
O aumento da temperatura fará com que o gelo derreta, deixando uma paisagem nua por baixo. O aumento do nível do mar poderia apagar o país, deixando os animais que vagam por aqui sem meios de sobrevivência.

Parthenon, Grécia - Agora
Um dos lugares mais emblemáticos do mundo, o Parthenon ainda permanece após milhares de anos.

Parthenon, Grécia - Futuro
As emissões de carbono, o turismo frequente e a chuva ácida farão com que essa estrutura antiga desmorone.

Veneza, Itália - Agora
Um dos lugares mais românticos de toda a Itália, os casais sonham com o charme de Veneza.

Veneza, Itália - Futuro
A cidade está em alto risco devido ao turismo frequente, que já está causando danos e, à medida que o nível do mar continuar subindo, a cidade do canal poderá acabar totalmente debaixo d'água.

Três Irmãs, Austrália - Agora
Three Sisters é uma das principais atrações turísticas da Austrália, com belas formações rochosas naturais e vistas incríveis.

Três Irmãs, Austrália - Futuro
O aumento da temperatura e os incêndios florestais devastarão a paisagem, deixando paisagens queimadas e apagando toda a vegetação.

Geleira Pastoruri, Peru - Agora
Uma das geleiras mais famosas do mundo, os turistas no Peru se maravilham com a beleza da estrutura de gelo.

Geleira Pastoruri, Peru - Futuro
Nossas geleiras já estão derretendo e, no futuro, devem ser apenas rocha.

Stonehenge, Reino Unido - Agora
Um dos marcos mais misteriosos do mundo, Stonehenge está no topo da lista de muitos viajantes.

Stonehenge, Reino Unido - Futuro
O incrível marco pode ser destruído por toupeiras, causando erosão do solo no solo abaixo. A população de toupeiras aumentará devido ao aumento das temperaturas.

Mumbai, Índia - Agora
Uma das cidades mais populares da Índia para visitar, Mumbai, rica em cultura, está cheia de pontos de referência interessantes para explorar.

Mumbai, Índia - Futuro
A superpopulação em Mumbai levará à superlotação e a más condições de vida, pois todo o espaço livre será utilizado para moradias de baixa qualidade.

Cataratas Vitória, Zâmbia - Agora
Uma das vistas mais espetaculares do mundo, as Cataratas Vitória são um local para se ver e se encantar.

Cataratas Vitória, Zâmbia - Futuro
2019 nos deu uma visão assustadora do futuro das Cataratas Vitória e, à medida que as temperaturas continuam a subir, as secas podem fazer com que as Cataratas sequem para sempre.

Animal é batizado de E. plasticus em "homenagem" ao conteúdo de seu estômago (Foto: Weston et al., 2020, Newcastle University)

Batizado em homenagem ao material encontrado em seu trato digestivo, o E. plasticus foi descoberto na Fossa das Marianas, o local mais profundo da Terra

Pesquisadores da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, descobriram uma nova espécie de anfípode na Fossa das Marianas, o local mais profundo do mundo. Esse poderia ser um achado como qualquer outro, não fosse o nome dado ao animalzinho: Eurythenes plasticus.

A espécie foi batizada em "homenagem" ao que os pesquisadores encontraram eu seu estômago: plástico. Segundo o artigo publicado pela equipe no periódico Zootaxa, ao analisarem a espécie, os especialistas perceberam que dentro do seu estômago havia uma quantidade notável de tereftalato de polietileno (PET), substância encontrada em itens como garrafas de água e roupas de ginástica.SAIBA MAIS

“Decidimos pelo nome Eurythenes plasticus, pois queríamos destacar o fato de que precisamos tomar medidas imediatas para impedir o dilúvio de resíduos plásticos em nossos oceanos", afirmou o líder da pesquisa, Alan Jamieson, em comunicado.

Nova espécie de anfípode foi encontrado na Fossa das Marianas, o local mais profundo do mundo. Especialistas descobriram grande quantidade de plástico no trato digestivo do animal (Foto: Weston et al., 2020, Newcastle University)

De acordo com os especialistas, uma vez que o plástico vai parar na água, ele se decompõe em microplástico — o que torna seu poder de contaminação muito maior, pois o lixo se espalha com mais facilidade e é ingerido por animais marinhos, como o E. Plasticus. “As espécies recém-descobertas nos mostram quão abrangentes são as consequências do nosso manuseio inadequado de resíduos plásticos", disse Heike Vesper, diretora do Programa Marítimo da ONG WWF Alemanha.

Segundo ela, a cada minuto pelo menos um caminhão carregado de lixo plástico é descartado nos oceanos. "Existem espécies que vivem nos lugares mais profundos e remotos da Terra que já ingeriram plástico antes mesmo de serem conhecidas pela humanidade. Os plásticos estão no ar que respiramos, na água que bebemos e agora também nos animais que vivem longe da civilização humana", observou Vesper.

O outono passado trouxe eventos catastróficos na Austrália que ainda precisam ser controlados. Ao longo de vários meses, mais de 100 incêndios ocorreram no país. No início de dezembro, os incêndios na região de New South Wales, na Austrália, já haviam queimado uma área de aproximadamente 10.000 quilômetros quadrados.

Hoje, os incêndios florestais são tão ruins que os satélites do espaço podem facilmente detectar as chamas e a fumaça provenientes das terras australianas. Agora, os astronautas começaram a rastreá-los a partir da Estação Espacial Internacional.

Centenas de incêndios em vários estados do país já geraram fumaça o suficiente para viajar quase 12 quilômetros para o Chile - agências de notícias relataram que geralmente o céu sem nuvens no centro do Chile ficava nebuloso.

Somente em Nova Gales do Sul, o incêndio reivindicou mais de 1.500 casas e quase cinco milhões de hectares de terra. A crise já tirou a vida de 20 pessoas e a vida de incontáveis ​​animais. Além disso, o Centro de Vôo Espacial Nasa Goddard relata que "o enorme pulso de CO2 dos incêndios foi equivalente a quase metade da pegada anual de gases de efeito estufa da Austrália".

O satélite Himawari-8 fotografa a parte ocidental da Terra uma vez a cada 10 minutos
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Os incêndios da Austrália e suas plumas de fumaça agora são facilmente visíveis do espaço
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Após uma seca anormalmente longa e expansiva, os incêndios se espalharam por vastas áreas do país
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

É difícil entender o alcance devastador dos incêndios
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

A fumaça agora é do tamanho de metade da Europa
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

E está viajando ainda mais, enevoando os céus na Nova Zelândia e no Chile
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Em 6 de janeiro, 69 dos 136 incêndios em New South Wales ainda não estavam contidos
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Cerca de 23.000 milhas quadradas da Austrália foram queimadas
Créditos da imagem: NASA Earth Observatory

Esta visão de satélite do incêndio em Bateman Bay, na Austrália, foi capturada na véspera de Ano Novo
Créditos da imagem: RAMMB/CIRA/CSU

E esta é a visão por satélite Himawari-8 dos incêndios florestais e nuvens de fumaça em 2 de janeiro
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Aqui está uma visão no infravermelho próximo dos pontos quentes do leste da Austrália, em 7 de novembro
Créditos da imagem: RAMMB/CIRA/CSU

Esta é uma comparação da mesma área em julho de 2019 e janeiro de 2020
Créditos da imagem: NASA EOSDIS

Mais informações: Twitter | Space

Mais de cem mil pessoas recebem ordem para deixar suas casas e governo diz que 'piores previsões estão se concretizando'; australianos vivenciam rotina de comoção, medo e tristeza
Cangurus em um campo em meio à fumaça de um incêndio florestal em Snowy Valley, nos arredores de Cooma, Foto: SAEED KHAN / AFP

SYDNEY - O céu escureceu e choveu cinzas neste sábado, no sudeste da Austrália, devorado por incêndios violentos, que expulsaram dezenas de milhares de pessoas de suas casas e ameaçaram cortes de energia em cidades como Sydney. O governo anunciou que subiu para 23 número de mortos desde o início da temporada de fogos.

O dia foi marcado por novas temperaturas recorde, acima de 40°C, e ventos fortes, que abrangem as centenas de incêndios florestais que devoram o país há quatro meses. A maioria dos focos está fora de controle.

A primeira-ministra de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, alertou que as piores previsões para este sábado "estão se concretizando".

Sydney atingiu temperaturas recorde no sábado, com 48,9°C registrado em Penrith, um subúrbio ocidental da cidade.

As autoridades alertaram que pode haver cortes no fornecimento de energia na maior cidade da Austrália, pois o incêndio destruiu as linhas de transmissão de energia. Por isso, pediram aos habitantes que reduzissem o consumo de energia.

Em Canberra, o termômetro subiu para 44°C, um número também sem precedentes, segundo um porta-voz dos serviços meteorológicos australianos.

No sudeste do país, a região mais populosa, foi declarado o estado de emergência. Na sexta-feira, foi dada a ordem de evacuação a mais de 100 mil pessoas de três estados.

O primeiro-ministro Scott Morrison convocou três mil reservistas militares no sábado para atuar no país, numa mobilização sem precedentes. Desde o início da temporada de incêndios em setembro, pelo menos 23 pessoas morreram, segundo ele.

Outras dezenas estão desaparecidas e mais de 1.300 casas foram reduzidas a cinzas. Uma área equivalente ao dobro do território de Bélgica queimou.

'Refugiados no próprio país'
Em meio a esse cenário, milhares de australianos que precisaram deixar suas casas estão abrigados em acampamentos improvisados em campos de golfe ou praias, vivendo uma rotina como de refugiados em seu próprio território.

Nos campos de golfe, nos terrenos de críquete ou nas áreas de jogo – qualquer espaço onde haja poucos arbustos –, os australianos se concentram para se proteger dos violentos incêndios.

É o caso do Catalina Country Club em Batemans Bay, em Nova Gales do Sul, onde caravanas, carros antigos, pick-ups e tendas compartilham o espaço, enquanto o restaurante do clube foi convertido num centro de evacuação.

Pilhas de comida, roupa e água, vindos de doações, se acumulam pelos cantos. Diante desse cenário, os recém-chegados comentam, com ironia, que são como refugiados.os.

Mesmo para um país acostumado a enfrentar grandes incêndios e que se diz orgulhoso de sua capacidade em resistir a condições extremas, essas últimas semanas foram brutais.

Os incêndios gigantescos escureceram o céu e cidades inteiras ficaram cobertas por camadas de fumaça asfixiante. As nuvens escuras alcançaram áreas da Nova Zelândia e da Nova Caledônia.

As imagens de famílias devastadas no mar para fugir das chamas causaram comoção. Para muitos, o futuro é incerto. Eles não sabem se suas casas ainda estão de pé, quando poderão voltar e, sobretudo, quando essa catástrofe terminará, com todo o tempo que ainda resta para o fim do verão.

Narelle Coady, de 54 anos, se refugiou em Batemans Bay Beach, no sábado, quando sua casa foi ameaçada pelas chamas pela segunda vez em cinco dias.

- Resistimos na terça-feira, mas foi muito assustador - disse ele à AFP. - Foi muito ruim, não conseguia respirar. Não havia oxigênio. Foi horrível.

A dona de um motel em Batemans Bay, Justine Donald, 40, decidiu deixar sua casa na véspera do Ano Novo. Segundo ela, a situação parecia "o fim do mundo".

- A cidade estava escura. Tudo era preto, laranja e (o ar) era tão denso que você não conseguia respirar. Estava com tanto medo de perder minha vida que nem penso nos meus pertences agora. É assustador - descreveu, em lágrimas. - O mais importante para mim é estar viva e estarmos todos seguros. Se isso acontecer novamente, precisarei de uma boa garrafa de vinho e ficarei dentro de casa com toalhas debaixo das portas, porque não voltarei a sair por aí.

Mick Cummins, 57, também deixou sua casa na véspera de Ano Novo, quando incêndios devoraram a costa leste.

- Um incêndio infernal veio da colina - explica ele. - Estávamos sentados lá e vimos uma explosão após a outra. O clube de boliche queimava, as casas na rua queimavam. Os incêndios em 1994 foram devastadores, mas, em comparação com este ano, foram 'apenas um churrasco'.

- Vamos ficar aqui até podermos voltar para casa - disse sua esposa Ulla. - Estão dizendo que, provavelmente, não teremos eletricidade até a próxima semana. E, sem eletricidade, não temos telefone. Estamos presos.

No sábado, as autoridades alertaram que em Sydney, a maior cidade do país, poderia haver problemas no fornecimento de eletricidade, e pediram aos habitantes que reduzissem o consumo de eletricidade.

Fonte: O globo


Área de oceano perto da Nova Zelândia está 6ºC mais quente que a superfície oceânica do restante do mundo; o que provocou esse fenômeno e quais as consequências disso?

Ela é tão grande que ocuparia um pouco mais da metade do México e duas vezes a superfície do Estado de Minas Gerais. Satélites mostram que uma área gigantesca e vermelha no Pacífico, perto da Nova Zelândia, está se locomovendo em direção à América do Sul.


A mancha de água quente foi identificada por imagens de satélite. Ela é do tamanho de mais da metade do México — Foto: Climatere Analyzer/BBC 
 
Os pesquisadores apelidaram essa zona de "macha quente" — hot blob, em inglês. O descobrimento dessa área vermelha, por meio de imagens tiradas por satélites, coincidiu com uma onda de calor que provocou graves incêndios na Austrália, ao mesmo tempo em que regiões da América do Norte experimentaram fortes tempestades de inverno.
 
 A mancha compreende uma área do oceano de cerca de 1 milhão de km² cuja temperatura aumentou entre 4°C e 6 °C, mais que o previsto para essa região.

Esse fenômeno inesperado pode, segundo cientistas, ajudar a explicar o forte aumento de gás metano na atmosfera. Sem contar com as zonas do trópico, a mancha vermelha é a área com maior temperatura média na superfície oceânica mundial, diz James Renwick, chefe do Departamento de Geografia, Meio Ambiente e Ciência da Terra da Universidade de Victoria, em Wellington, na Nova Zelândia.

O jornal "New Zealand Herald" diz que a mancha começou a se formar em outubro, mas as temperaturas se mantiveram na média e não cresceram de maneira significativa. No entanto, um aquecimento mais acentuado em dezembro fez a mancha aumentar e a temperatura subir fortemente.

A formação da mancha quente
Segundo Renwick, vários fatores contribuíram para a formação da "mancha quente", entre eles o "anticiclone", um sistema natural de alta pressão que tem reduzido as correntes de vento nessa parte do Pacífico.

"Temos tido pressões bastante altas, dias ensolarados e ventos leves, o que favorece um aquecimento acelerado da superfície do oceano", disse ele ao jornal "New Zealand Herald".

"Se os ventos são fortes, então tudo se dispersa. Se não há essa dispersão, o aquecimento do sol é absorvido pela superfície do oceano e gera essa capa de água muito quente", explicou.


Em 2014, satélites registraram um aquecimento fora do comum no oceano pacífico, perto da costa oeste dos EUA — Foto: Getty Images/BBC


Ou seja, sem ventos fortes, a temperatura da água aumenta e essa corrente quente se move até perto das costas.

Mas quão significativa é essa mancha?
Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, as temperaturas do oceano podem variar em grandes proporções, e um grau a mais ou a menos de diferença já é "preocupante" por provocar efeitos adversos no clima do planeta como um todo.

A área que compreende a mancha quente sofreu um aumento de 4ºC a 6ºC na sua zona central, o que é considerado significativo.

De acordo com Renwick, a capa de água quente se estende por 50 metros debaixo da superfície. Os cientistas ainda vão pesquisar o impacto que isso provocará na vida marinha dessa região.

Manchas quentes parecidas com essa foram identificadas há cinco anos nas costas da Califórnia e do Alasca em setembro. Cientistas alertaram para um fenômeno similar na costa oeste dos Estados Unidos.


Este gráfico mostra como zonas de mar quente foram produzidas nos EUA em setembro de 2014 e no mesmo mês de 2019 — Foto: NOAA/BBC

Que efeitos essa mancha pode provocar?
 Segundo Renwick, a mancha quente não terá impacto direto sobre o clima ou a vida na Nova Zelândia. Como ela está a caminho da América do Sul, a expectativa é que se disperse e perca parte do calor antes de chegar a qualquer zona povoada.

Portanto, especialistas dizem que o efeito dessa área de calor no oceano não deve ser grande sobre áreas habitadas. No entanto, os cientistas estão inquietos sobre as eventuais consequências para a vida marinha.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos adverte que o aquecimento das águas reduz os nutrientes no oceano, o que altera a cadeia alimentar marítima.

Leões marinhos, por exemplo, precisam nadar até mais longe para conseguir peixes e outros animais para se alimentar. Uma mancha quente surgida na Califórnia em 2014 produziu a maior proliferação de algas tóxicas já registrada na costa oeste dos EUA.

O aumento da temperatura também dificultou aos salmões jovens encontrar alimentos de boa qualidade no oceano. Além disso, milhares de leões marinhos que saíram em busca de alimentos apareceram encalhados nas praias.

Diversas espécies de baleias, que também tiveram que ir até perto da costa em busca de comida, acabaram presas em redes de pesca ou mortas após encalharem nas areias das praias.

Há riscos para a América do Sul?
Segundo Renwick, a massa de água quente deve esfriar ao se aproximar da América do Sul.

O especialista diz que o próprio movimento da mancha até águas mais frias pode provocar o esfriamento da temperatura antes de ela se aproximar do continente americano.

O aquecimento do oceano provoca desequilíbrio na cadeia alimentar marítima e prejudica a pesca — Foto: Getty Images/BBC

Se isso não ocorrer, a mancha pode "chegar a ficar razoavelmente próxima da América do Sul", mas não deve alcançar a costa.

No entanto, segundo a revista Science, embora os satélites facilitem a identificação dessas manchas de água quente, eles não são capazes de determinar com precisão magnitude e o impacto ecológico delas.

Fonte: G1

Wallace-Wells afirmou que as queimadas são uma das principais consequências das mudanças climáticas (David McNew/Getty Images)

David Wallace-Wells conversou com a revista VEJA sobre os perigos e os impactos do aquecimento global

Não é difícil coletar evidências de que a Terra está passando por um severo aquecimento global. Enquanto a Europa atravessa uma das mais intensas ondas de calor de sua história, agravada pela ação humana, países como o Brasil e os Estados Unidos discutem a necessidade de políticas que protegem o meio ambiente. Temas relacionados ao estado da natureza estão cada vez mais em debate.

No último mês, o jornalista norte-americano David Wallace-Wells, editor da New York Magazine, lançou o livro “A terra inabitável: Uma história do futuro“, onde explora a extensão dos danos ao meio ambiente e a urgência de se agir em prol da natureza como forma de tentar minimizar uma verdadeira catástrofe climática. O livro se tornou best-seller na lista do New York Times. Em conversa com VEJA, o autor discorreu sobre o assunto e opinou sobre a importância do tema.

De acordo com Wallace-Wells, o homem ignorou a mudança climática por tempo demais. Parte disso, diz ele, se deve à ação da imprensa, que tende a comentar o tópico de modo excessivamente otimista, dando ao público uma ideia errônea da severidade do problema. Segundo o autor, cabe à mídia mudar esse tipo de comportamento. “O principal é que a imprensa simplesmente conte a verdade sobre o que está acontecendo ao meio ambiente. Durante muito tempo, jornalistas relutaram em falar sobre o clima porque achavam o assunto entediante, pensavam que o público não estaria interessado. Mas é nosso trabalho contar toda essa história honestamente”, afirma.

David acredita que haja muitos outros motivos por trás da demora em encararmos os fatos. Para ele, a novidade do assunto tem um papel importante nesse aspecto. “A mudança climática ainda é algo relativamente recente. Os primeiros avisos sobre o aquecimento começaram a ser feitos no fim da década de 80. Uma verdadeira mudança de perspectiva pode demorar mais do que 40 anos para se infiltrar em nossos pensamentos e hábitos”, opina.

Ainda assim, as coisas podem estar prestes a se transformar. De acordo com o jornalista, tudo está se alterando muito rapidamente. “Desde 1980, já fizemos mais dano à atmosfera do que em qualquer época antes disso”, informa. “Acho que os políticos estão começando a perceber que os efeitos da mudança climática não virão apenas a longo prazo. Espero que nossos líderes se atentem a isso.” 

Por: Sabrina Brito
Fonte: veja

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