Escolha a Categoria

Fundacion Reforestemos/Reprodução

No coração do Parque Nacional Alerce Costero, no sul do Chile, ergue-se uma árvore monumental conhecida como "Gran Abuelo" ou "Alerce Milenario". Este cipreste-da-patagônia (Fitzroya cupressoides) desafia o tempo e as adversidades naturais, sendo considerado por muitos especialistas como a árvore viva mais antiga do mundo.

Uma Testemunha Milenar da História
Imagem: Twitter/@SerineDoctor)

Estudos liderados pelo cientista climático Jonathan Barichivich, do Laboratório de Ciências Climáticas e Ambientais de Paris, sugerem que o Gran Abuelo pode ter até 5.484 anos de idade. Essa estimativa foi alcançada por meio de modelos estatísticos, já que o tronco maciço da árvore, com mais de 4 metros de diâmetro, impede a aplicação dos métodos tradicionais de contagem de anéis de crescimento. A pesquisa indica que há 80% de probabilidade de a árvore ter mais de 5.000 anos, superando o recordista anterior, o pinheiro bristlecone "Matusalém", de 4.853 anos, localizado na Califórnia .

Resistência em Meio a Desafios
Imagem: Getty Images

O Gran Abuelo não apenas sobreviveu a milênios de mudanças climáticas, mas também enfrenta desafios contemporâneos. A árvore está situada próxima a uma estrada e é acessível por uma passarela no parque, o que atrai cerca de 10.000 visitantes anualmente. Infelizmente, muitos turistas desrespeitam as áreas delimitadas, pisoteando as raízes expostas e até removendo partes da casca, o que compromete a saúde da árvore. Estima-se que apenas 28% da árvore esteja viva atualmente, principalmente nas raízes, tornando-a ainda mais vulnerável .

Importância Ecológica e Cultural
El gran abuelo, Chile / Alexis Gonzalez

O cipreste-da-patagônia é uma espécie endêmica do Chile e da Argentina, conhecida por sua madeira resistente e durável. Historicamente, foi amplamente explorada, sendo utilizada até como moeda em algumas regiões. Hoje, a espécie é considerada ameaçada, e esforços de conservação são essenciais para sua sobrevivência .

Reflexão sobre a Longevidade e a Conservação
Imagem: Salomón Henríquez

A existência do Gran Abuelo nos convida a refletir sobre a resiliência da natureza e a importância da conservação ambiental. Como testemunha viva de mais de cinco milênios, essa árvore representa não apenas um marco biológico, mas também um símbolo da necessidade urgente de proteger nossos ecossistemas para as gerações futuras.

Imagem: Yiyo Zamorano via Wikimedia Commons https://commons.wikimedia.org/wiki/File:%22El_Gran_Abuelo%22._Alerce_Milenario_de_3.500_a%C3%B1os_aprox.jpg

A história do Gran Abuelo é um lembrete poderoso de que, mesmo diante de adversidades, a vida persiste. Cabe a nós garantir que ela continue a florescer por muitos séculos mais.

Foto: Robert Clark

A promessa de reviver espécies extintas tem sido um dos tópicos mais fascinantes — e controversos — da biotecnologia moderna. Com o avanço da engenharia genética, empresas vêm ganhando destaque ao anunciar projetos ambiciosos de “desextinção”, despertando tanto entusiasmo quanto ceticismo. Recentemente, uma dessas empresas causou polêmica ao anunciar que teria trazido de volta à vida o lobo-terrível (Canis dirus), uma espécie extinta há mais de 10 mil anos. No entanto, a comunidade científica reagiu com ceticismo e críticas severas. Segundo especialistas, o animal apresentado não passa de um lobo-cinzento (Canis lupus) geneticamente modificado, e não um verdadeiro representante da espécie extinta.

O Retorno do Lobo-Terrível?
A empresa em questão, uma startup de biotecnologia sediada nos Estados Unidos, divulgou em um comunicado à imprensa imagens e vídeos de um espécime que, segundo eles, representa o primeiro “lobo-terrível vivo do século XXI”. O animal, de porte avantajado, com pelagem espessa e olhar feroz, foi apresentado como um marco da engenharia genética e um passo rumo à restauração de ecossistemas do Pleistoceno.

Segundo a empresa, o processo de “ressurreição” foi baseado em DNA extraído de fósseis bem preservados de lobos-terriveis encontrados em sítios como o Rancho La Brea, na Califórnia. Utilizando técnicas de edição genética como o CRISPR-Cas9, os cientistas teriam inserido genes específicos dessa espécie extinta no genoma de embriões de lobos-cinzentos.

No entanto, as alegações foram recebidas com desconfiança por uma ampla gama de biólogos, paleontólogos e geneticistas.

Um dos lobos terríveis recriados em laboratório, já aos 3 meses de idade — Foto: Divulgação

Críticas da Comunidade Científica
Diversos especialistas apontam que o resultado da experiência está longe de ser um verdadeiro lobo-terrível. “O que temos aqui é um lobo-cinzento com algumas características fenotípicas alteradas, não uma ressurreição da espécie Canis dirus”, afirmou a Dra. Helena Souza, geneticista evolutiva da Universidade de São Paulo. “O lobo-terrível não era apenas diferente em aparência, mas também em estrutura genética, comportamento, dieta e função ecológica. Um animal modificado em laboratório não pode substituir uma espécie extinta.”

Além disso, muitos cientistas enfatizam a complexidade da informação genética faltante. Embora fósseis possam preservar fragmentos de DNA, a degradação ao longo de milênios dificulta a reconstrução de genomas completos. Isso significa que grande parte do material genético precisa ser inferida ou substituída por sequências de espécies vivas — o que, na prática, impede a criação de uma réplica fiel da espécie extinta.

Questões Éticas e Ecológicas
Outro ponto levantado pela comunidade científica diz respeito à ética e às implicações ecológicas de reintroduzir espécies extintas — ou suas aproximações genéticas — em habitats modernos. O mundo em que o lobo-terrível viveu não é o mesmo de hoje. Sua reintrodução, mesmo que parcial, pode provocar desequilíbrios ecológicos, concorrência com espécies atuais e até riscos à biodiversidade existente.

Além disso, alguns pesquisadores argumentam que os recursos utilizados nesses projetos de “desextinção” poderiam ser mais bem aplicados na conservação de espécies ameaçadas de extinção no presente. “Estamos investindo milhões para tentar reviver o passado, enquanto perdemos espécies reais todos os dias por falta de proteção e investimento”, comentou o ecólogo Dr. Marcus Li, da Universidade de Oxford.

Realidade ou Ficção Científica?
Embora o esforço para reviver o lobo-terrível traga à tona questões emocionantes sobre o poder da biotecnologia, muitos especialistas alertam para os limites entre ciência, marketing e ficção científica. A ideia de trazer espécies extintas de volta captura a imaginação do público e atrai investidores, mas deve ser tratada com rigor científico e transparência.

O debate também reacende preocupações sobre a manipulação genética em larga escala. Modificar espécies existentes para parecerem com outras pode criar uma ilusão de progresso científico, quando na verdade se trata de criação de híbridos sem função ecológica clara.

Conclusão
A alegação de que o lobo-terrível voltou à vida parece, por ora, mais um caso de exagero publicitário do que um avanço real em biotecnologia. Embora os avanços na edição genética sejam notáveis, ainda estamos longe de ressuscitar espécies extintas com precisão e responsabilidade ecológica. O que a empresa apresentou é, ao que tudo indica, um lobo-cinzento com algumas modificações genéticas — não um verdadeiro lobo-terrível.

Para muitos na comunidade científica, o caso serve como um lembrete importante: a ciência deve ser guiada pela verdade, não pela narrativa. E, embora a tecnologia nos permita feitos impressionantes, nem tudo que é possível é necessariamente benéfico ou desejável.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
"Plante conosco as sementes da mudança. Cada contribuição é um sopro de vida que mantém aceso o sonho de um mundo mais verde, mais justo, mais nosso"

Fonte:Izabelly Mendes.

Nos últimos anos, a construção sustentável tem ganhado destaque como uma solução eficaz para os desafios ambientais e sociais contemporâneos. Dentre os diversos aspectos que compõem a sustentabilidade na construção civil, as tecnologias de isolamento térmico se apresentam como uma ferramenta fundamental na busca por eficiência energética, redução de impactos ambientais e aumento do conforto habitacional. O isolamento térmico tem a capacidade de modificar significativamente o comportamento energético de edifícios, proporcionando não apenas economia financeira a longo prazo, mas também contribuindo para a preservação dos recursos naturais.

O isolamento térmico é o processo de aplicar materiais ou técnicas para reduzir a transferência de calor entre os ambientes internos e externos de um edifício. Isso é essencial tanto para manter o ambiente interno confortável em diferentes estações do ano quanto para otimizar o consumo energético, reduzindo a necessidade de aquecimento no inverno e de refrigeração no verão. Ao adotar soluções de isolamento térmico adequadas, é possível diminuir consideravelmente a dependência de sistemas mecânicos de climatização, como aquecedores e ar-condicionados, que são grandes consumidores de energia elétrica.

Além do impacto direto na eficiência energética dos edifícios, o uso de tecnologias de isolamento térmico também tem implicações significativas na redução de emissões de gases de efeito estufa. Isso ocorre porque, ao reduzir a necessidade de aquecimento ou refrigeração artificial, há uma diminuição no consumo de energia proveniente de fontes não renováveis, como carvão, gás natural e petróleo. Isso, por sua vez, contribui para a redução das emissões de CO2, ajudando a mitigar as mudanças climáticas e a melhorar a qualidade do ar nas áreas urbanas.

Existem diversas opções de materiais e técnicas de isolamento térmico disponíveis no mercado, cada uma com suas características e benefícios específicos. Entre os materiais mais comuns estão a lã de vidro, a lã de rocha, o poliestireno expandido (EPS), o poliestireno extrudado (XPS), a celulose reciclada e a espuma de poliuretano. Cada um desses materiais oferece diferentes graus de eficiência térmica, resistência ao fogo, durabilidade e impacto ambiental. Alguns materiais, como a celulose reciclada, possuem o benefício adicional de serem produzidos a partir de materiais reciclados, o que contribui para a economia circular e a redução do desperdício de recursos.

Em termos de técnicas de aplicação, o isolamento térmico pode ser implementado de diversas formas em obras em andamento, incluindo o isolamento de paredes, telhados, janelas e pisos. Em construções novas, o isolamento pode ser integrado diretamente na fase de projeto, garantindo que os materiais e técnicas mais adequados sejam escolhidos desde o início. Em edificações existentes, no entanto, o isolamento térmico também pode ser aplicado de maneira retrofit, ou seja, como uma intervenção nas estruturas já construídas, melhorando sua performance energética sem a necessidade de grandes reformas.

Uma das principais vantagens do isolamento térmico é a sua capacidade de gerar economia de energia, refletindo diretamente na redução das contas de energia elétrica dos moradores ou usuários de um edifício. Estudos demonstram que a instalação de isolamento térmico pode resultar em economias de até 30% no consumo de energia para climatização, o que representa uma redução significativa tanto no custo financeiro quanto na demanda por energia. Em países com clima quente, o isolamento térmico é particularmente eficaz na redução da necessidade de ar-condicionado, enquanto em regiões mais frias, ele contribui para reduzir os gastos com aquecimento.

Além dos benefícios financeiros e ambientais, o isolamento térmico também impacta diretamente na qualidade de vida dos ocupantes dos edifícios. A diminuição da oscilação de temperatura interna cria ambientes mais confortáveis e saudáveis, reduzindo o desconforto causado por variações extremas de temperatura. Em um mundo cada vez mais preocupado com a saúde e bem-estar das pessoas, o conforto térmico torna-se uma prioridade, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas.

Ainda assim, apesar dos inúmeros benefícios, a implementação de tecnologias de isolamento térmico enfrenta desafios, como o custo inicial de instalação, a necessidade de mão-de-obra qualificada para a aplicação correta e a falta de conscientização de muitos consumidores sobre a importância dessa tecnologia. No entanto, com a crescente adoção de políticas públicas que incentivam práticas de construção sustentável, como a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e incentivos fiscais, a tendência é que mais projetos de construção adotem essas soluções em busca de um futuro mais verde e eficiente.

Em conclusão, as tecnologias de isolamento térmico desempenham um papel vital na construção sustentável, oferecendo uma série de benefícios econômicos, ambientais e sociais. Ao reduzir a demanda por energia, melhorar o conforto térmico e diminuir os impactos ambientais das construções, essas tecnologias ajudam a promover um modelo de construção mais responsável e consciente. Investir em soluções de isolamento térmico, seja na construção de novos edifícios ou na reabilitação dos existentes, é um passo importante rumo a um futuro mais sustentável e resiliente.

Via: Obras10

Foto Vencedora de 2024 no World Nature Photography Awards na Categoria Plantas e Fungos

A imagem da planta parasita Thismia thaithongiana, capturada pelo fotógrafo Chatree Lertsintanakorn, conquistou o prêmio World Nature Photography Awards de 2024 na categoria Plantas ou Fungos.
Foto: Chatree Lertsintanakorn

A fotografia destacou-se pela notável semelhança da planta com uma coruja, intrigando observadores e jurados.

Foto: Chatree Lertsintanakorn

Essa planta, que não realiza fotossíntese, pertence a um grupo peculiar de vegetais que obtêm energia e nutrientes de fungos, especialmente aqueles que crescem entre as raízes das árvores. A espécie foi descoberta em 2018 por cientistas no Santuário de Vida Selvagem de Umphang, na Montanha Doi Hua Mot, na Província de Tak, Tailândia, o mesmo local onde Lertsintanakorn fez sua premiada captura.

Foto: Chatree Lertsintanakorn

O fotógrafo, em seu perfil no Instagram, compartilhou outras imagens da Thismia thaithongiana, revelando diferentes ângulos e detalhes dessa planta fascinante. Ele também mencionou a inspiração que recebeu de um respeitado colega, Suchat Chanhomhuan, que o apresentou à intrigante flora local.


A planta, de tamanho diminuto, variando entre 2 a 8 milímetros de comprimento, continua a fascinar cientistas e entusiastas da natureza com sua morfologia única e hábitos de vida singulares.

Foto: SolarEdge/Divulgação

Este revolucionário sistema de energia solar permite que a energia excedente gerada pelos painéis solares seja armazenada em baterias de alta capacidade, garantindo um fornecimento contínuo durante a noite ou em caso de falhas na rede elétrica. Com uma capacidade de armazenamento de até 10 kWh e possibilidade de expansão para até quatro baterias por inversor, o sistema híbrido SolarEdge oferece uma solução eficiente e sustentável, diminuindo a dependência das concessionárias de energia e otimizando o consumo elétrico em residências e empresas.

Foto: SolarEdge/Divulgação

O sistema híbrido SolarEdge está transformando o cenário da energia solar no Brasil e ao redor do mundo. Ao armazenar a energia solar excedente em baterias para uso futuro, este sistema não apenas assegura uma eletricidade contínua, mas também maximiza a independência energética dos usuários em relação às concessionárias.

O sistema SolarEdge emprega um conjunto de módulos fotovoltaicos conectados a otimizadores que estão ligados a um inversor híbrido. Este inversor desempenha um papel essencial ao converter a corrente contínua produzida pelos painéis solares em corrente alternada, que pode ser utilizada em residências e empresas.

A energia excedente gerada durante os períodos de alta produção é armazenada em baterias de níquel manganês cobalto, com capacidade de 10 kWh. Esse armazenamento permite o uso da energia solar à noite ou durante interrupções no fornecimento pela concessionária, garantindo uma fonte de energia constante e confiável.

Uma das principais vantagens do sistema híbrido SolarEdge é a capacidade de armazenamento de energia. Isso permite que os usuários mantenham o funcionamento de aparelhos essenciais durante apagões e utilizem a energia solar acumulada durante períodos de tarifa mais alta, reduzindo significativamente os custos com energia elétrica.

A instalação do sistema híbrido SolarEdge é simples e não requer grandes alterações na infraestrutura elétrica existente. O sistema é composto por uma interface de unidade de backup, que monitora a conexão com a rede elétrica da concessionária e gerencia automaticamente o fluxo de energia entre os painéis, as baterias e a rede, assegurando uma transição suave e imediata em casos de falhas no fornecimento de energia.

Os preços variam conforme o tamanho do sistema:
- Sistema pequeno (2kWp): Entre R$ 15.000 e R$ 20.000
- Sistema médio (3kWp): Entre R$ 20.000 e R$ 25.000
- Sistema grande (4kWp ou mais): Entre R$ 25.000 e R$ 35.000

Uma característica notável do sistema híbrido SolarEdge é sua capacidade de expansão. Cada inversor pode suportar até quatro baterias, permitindo a personalização conforme as necessidades energéticas do usuário aumentam. Isso torna o sistema ideal não apenas para uso residencial, mas também para aplicações comerciais e industriais que demandam uma grande quantidade de energia.

Cientistas encontram vestígios de argila vermelha na colina, sugerindo que em tempos remotos a área estava emergida acima do nível do mar.



Um consórcio composto por cientistas do Brasil e do Reino Unido desvendou um enigma geológico nas profundezas do oceano ao largo da costa brasileira: o Planalto Vulcânico Elevação Grande Rio, uma vez uma majestosa ilha cuja extensão rivalizava com a da Islândia. Este achado reacende o interesse do Brasil na expansão de suas fronteiras marítimas para essa região.


Localizada a aproximadamente 1200 quilômetros da costa brasileira, a parte emergida do planalto representa um quinto de sua área total. Hoje, esse tesouro geológico repousa a cerca de 650 metros abaixo da superfície oceânica.

As primeiras pistas desse mistério datam de 2018, quando uma expedição exploratória, equipada com um submersível, identificou camadas de argila vermelha, reminescente de solos tropicais, em um lugar onde não deveriam existir. Uma análise recente da composição mineral dessa argila confirmou que sua formação só poderia ter ocorrido acima da água, exposta ao calor e à umidade tropical.

Características do fundo do mar ao longo da margem continental, inclusive a Elevação Rio Grande (Crédito: Ana Alberoni, modificado de Alberoni et al., 2019 )

A formação desse recanto paradisíaco remonta a cerca de 80 milhões de anos, durante um período de intensa atividade vulcânica sob a dorsal meso-oceânica do Atlântico Sul. À medida que os vulcões se aquietaram, o planalto derivou para o oeste e eventualmente afundou.


No entanto, há cerca de 40 milhões de anos, uma última manifestação vulcânica ocorreu na porção ocidental da elevação, deixando para trás a argila vermelha como testemunho de sua passagem.

Expedições subsequentes, realizadas a bordo de navios de pesquisa, revelaram mais segredos: uma fenda gigantesca cortando a elevação, antigos terraços de praia e cascatas submersas, todos testemunhos de sua glória passada como uma majestosa ilha.

Mas a descoberta mais emocionante ainda estava por vir: uma amostra da argila vermelha, coletada por um veículo operado remotamente, continha caulinita, um mineral típico de solos tropicais e resistente ao intemperismo químico. Essa semelhança química e mineralógica com a terra roxa encontrada no Brasil confirma as origens terrestres desse tesouro oceânico.

Argila Vermelha: Uma Testemunha da História Submersa da Região (Créditos: Descobertas sobre as Características do Fundo do Mar ao Longo da Margem Continental, Incluindo a Elevação Rio Grande - Créditos: Ana Alberoni, Adaptado de Alberoni et al., 2019)

Essa descoberta não apenas desperta fascínio científico, mas também tem implicações econômicas significativas, principalmente devido à presença de depósitos de ferromanganês. Em 2018, o Brasil solicitou à ONU a extensão de suas fronteiras marítimas até a Elevação Rio Grande, que atualmente se encontra em águas internacionais. Essa descoberta reforça a reivindicação brasileira, ao demonstrar que a elevação compartilha características geológicas fundamentais com o país.

Após 130 expedições ao Ártico, o Caçador de Aurora Boreal , Marco Brotto relata ter visto pela primeira vez a "aurora sangue "

As cores capturadas nas fotos foram vistas a olho nu
Marco Brotto

Novembro começou inédito para os apaixonados pela aurora boreal. Desde o início do mês,moradores e viajantes no Ártico relatam a visualização da “aurora sangue ”, uma aurora boreal raríssima, intensa, em tom de vermelho vivo.

Entre os privilegiados está o curitibano Marco Brotto, que liderava sua 131 expedição pelo Norte da Finlândia neste exato período. Os participantes da caçada de Brotto puderam contemplar a rara aurora vermelha, também vista em regiões da Itália e da Romênia, onde dificilmente são visualizadas.

Após 130 expedições ao Ártico, o Caçador de Aurora Boreal , Marco Brotto relata ter visto pela primeira vez a “aurora sangue ”
Marco Brotto

A aurora boreal vermelha, embora mais rara do que suas contrapartes de tonalidades verde, rosa e roxa, ocorre devido a algumas variações importantes na atmosfera terrestre. Em geral, as auroras são resultado da interação de partículas provenientes do vento solar com a atmosfera da Terra.

“No caso da aurora vermelha que visualizamos, houve o rompimento de um filamento gigantesco no sol. Esse filamento fica ancorado pelas suas duas pontas e, por um motivo natural, de concentração de plasma, pressão e movimentação do sol, ele rompeu e fez um chicote, causando uma ejeção de massa coronal igualmente gigantesca”, explica Brotto.

As cores capturadas nas fotos foram vistas a olho nu
Marco Brotto

O especialista detalha que esse fenômeno enviou uma enorme quantidade de prótons e elétrons ao campo magnético da Terra, que se abriu. Então, a “queima” de todo esse material aconteceu numa altura maior do que o comum, gerando a tonalidade vermelha. Pela altura que aconteceu pode ser vista em locais mais ao sul do hemisfério Norte .

“É como se o universo tivesse jogado ‘muita pólvora’ numa fogueira. Essa analogia explica bem o que aconteceu”, diz o especialista, que já vinha estudando esse filamento solar desde antes do rompimento e vivia a expectativa do fenômeno.

Segundo Brotto, o vermelho visualizado se assemelha a uma grande luz de freio automotivo no céu. “Sem dúvida, essa foi a maior tempestade do ciclo solar atual , porém essa atividade não tem relação com o pico do ciclo que ainda não sabemos se atingiu o seu máximo”, avisa.

As cores que cada pessoa vê a aurora sempre causa surpresa. “ Algumas pessoas conseguem ver o verde já de início, além das outras cores. Outra necessitam da nossa ajuda e de algumas dinâmicas que auxiliam a primeira observação. “

Brotto explica que cada pessoa tem uma condição visual específica. Segundo ele, alguns têm mais ou menos capacidade de enxergar certas cores. Isso está relacionado ao funcionamento de cones, bastonetes, entre outros fatores que compõem a nossa visão.

O especialista detalha que esse fenômeno enviou uma enorme quantidade de prótons e elétrons ao campo magnético da Terra, que se abriu.
Marco Brotto

“Captar a beleza de uma aurora vermelha demanda não apenas a ocorrência rara desse espetáculo natural, mas também a capacidade de perceber sutilezas de cor que desafiam nossa visão”, relata ele.

Nesta expedição da Marco Brotto Expeditions, estava uma criança de 13 anos que foi a primeira a conseguir visualizar a cor vermelha no céu. Só depois de algum tempo todos conseguiram ver também. “Foi a primeira vez que vi um vermelho tão forte, cor de sangue, brilhante”, frisa Brotto.

“A cada expedição e a cada contato com a aurora, tenho ainda mais certeza de que o ser humano tem muitas descobertas e entendimentos pela frente. Temos que compreender melhor o nosso papel neste planeta e evoluir como parte dele”, emociona-se.

Agência Souk

MKRdezign

Fale com o Panorama Eco

Nome

E-mail *

Mensagem *

Imagens de tema por Nikada. Tecnologia do Blogger.
Javascript DisablePlease Enable Javascript To See All Widget